sábado, 23 de outubro de 2010

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SOB A TUA SERENIDADE
Cecília Meireles

Não me ouvirás... É vão... Tudo se espalha
Pelos ermos de azul... E permaneces
Sobre o vale das súplicas e preces
Com solenes grandezas de muralha...

Minha alma, sem Te ouvir nem ver, trabalha
Tranqüila. Solidão... Desinteresses...
Por que pedir? De tudo que me desses
Nada servirá a esta existência falha...

Nada servirá, agora... E, noutra vida,
Oh, noutra vida eu sei que terei tudo
Que há na paragem bem-aventurada...

Tudo – porque eu nasci desiludida
E sofri, de olhos mansos, lábio mudo,
Não tenho nada e não pedindo nada...

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Cecília Meireles
In Nunca Mais
Imagem da Internet

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