segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

feliz2013

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

"Os amigos não morrem: andam por aí, penetram-nos quando menos esperamos e é como se nunca tivessem partido. É como, não: nunca partiram." (*)

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As pessoas não morrem: andam por aí. Quantas vezes as sinto à minha volta: a presença, o cheiro, a cumplicidade silenciosa… Aproximam-se, afastam-se, vão-se embora, regressam, não me abandonam nunca, andam por aí, invisíveis

(invisíveis?)

densas de humanidade, tão próximas.

Segredam-nos:

- Não faleci, sabes?

E não faleceram, é verdade, continuam, não na nossa lembrança, continuam de fato, pertinho. Quase sem ruído mas, tomando atenção, percebem-se, quase não ocupando espaço mas, reparando melhor, ali, iguais a nós, tão vivos. Andam por aí, pertencem-nos, pertencemos-lhes, não deixamos de estar juntos. Nunca deixamos de estar juntos: Quando é necessário pousam-nos a palma no ombro.

Se olhar bem o ombro vejo a palma que pousou nele. Há palmas tão bonitas quanto os pássaros. Daqui a nada, sem que ela dê por isso, começa a cantar. Basta um bocadinho de atenção para a ouvir cantar. E, ao cantar, começo a escutar as ondas. Uma após outra. Reparem.

 

Trechos do texto
Aqueles que andam por aí
António Lobo Antunes

Leia na íntegra no link:
http://goo.gl/eOII2
visao.sapo.pt

 

(*) Desconheço o autor
Imagem da internet via Google

terça-feira, 23 de outubro de 2012

entreceuemar

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

4ignna

IGNNA
© Milton José Neves Júnior

RENOVA
© Adriano Gama

Poema atribuído a Neruda é da brasileira Martha Medeiros

O título correto é:

 

A MORTE DEVAGAR
Martha Medeiros

Morre lentamente
quem se transforma em escravo do hábito,
repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca
Não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente
quem faz da televisão o seu guru.
Morre lentamente
quem evita uma paixão,
quem prefere o negro sobre o branco
e os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de emoções,
justamente as que resgatam o brilho dos olhos,
sorrisos dos bocejos,
corações aos tropeços e sentimentos.

Morre lentamente
quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho,
quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho,
quem não se permite pelo menos uma vez na vida,
fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente
quem não viaja,
quem não lê,
quem não ouve música,
quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente
quem destrói o seu amor-próprio,
quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente,
quem passa os dias queixando-se da sua má sorte
ou da chuva incessante.
Morre lentamente,
quem abandona um projeto antes de iniciá-lo,
não pergunta sobre um assunto que desconhece
ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves,
recordando sempre que estar vivo
exige um esforço muito maior que o simples fato de respirar.
Somente a perseverança fará com que conquistemos
um estágio esplêndido de felicidade.

 

FONTE:

http://www.estadao.com.br/noticias/arteelazer,falso-poema-atribuido-a-neruda-e-da-brasileira-martha-medeiros,306181,0.htm

terça-feira, 2 de outubro de 2012

O AMOR, MEU AMOR
Mia Couto

Nosso amor é impuro
como impura é a luz e a água
e tudo quanto nasce
e vive além do tempo.

Minhas pernas são água,
as tuas são luz
e dão a volta ao universo
quando se enlaçam
até se tornarem deserto e escuro.
E eu sofro de te abraçar
depois de te abraçar para não sofrer.

E toco-te
para deixares de ter corpo
e o meu corpo nasce
quando se extingue no teu.

E respiro em ti
para me sufocar
e espreito em tua claridade
para me cegar,
meu Sol vertido em Lua,
minha noite alvorecida.

Tu me bebes
e eu me converto na tua sede.
Meus lábios mordem,
meus dentes beijam,
minha pele te veste
e ficas ainda mais despida.

Pudesse eu ser tu
E em tua saudade ser a minha própria espera.

Mas eu deito-me em teu leito
Quando apenas queria dormir em ti.

E sonho-te
Quando ansiava ser um sonho teu.

E levito, voo de semente,
para em mim mesmo te plantar
menos que flor: simples perfume,
lembrança de pétala sem chão onde tombar.

Teus olhos inundando os meus
e a minha vida, já sem leito,
vai galgando margens
até tudo ser mar.
Esse mar que só há depois do mar.

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Mia Couto
In Idades Cidades Divindades, 2007

Imagem: Clare Elsaesser

sábado, 22 de setembro de 2012

Aprendi com as primaveras a deixar-me cortar e a voltar sempre inteira.

Cecília Meireles)

sexta-feira, 21 de setembro de 2012
PRESENÇA
Mario Quintana

É preciso que a saudade desenhe tuas linhas perfeitas,
teu perfil exato e que, apenas, levemente, o vento
das horas ponha um frêmito em teus cabelos...
É preciso que a tua ausência trescale
sutilmente, no ar, a trevo machucado,
as folhas de alecrim desde há muito guardadas
não se sabe por quem nalgum móvel antigo...
Mas é preciso, também, que seja como abrir uma janela
e respirar-te, azul e luminosa, no ar.
É preciso a saudade para eu sentir
como sinto - em mim - a presença misteriosa da vida...
Mas quando surges és tão outra e múltipla e imprevista
que nunca te pareces com o teu retrato...
E eu tenho de fechar meus olhos para ver-te.

Rosa vermelha

Mario Quintana
In Apontamentos de História Sobrenatural,
1976
Imagem: Andrew Atroshenko

Rosa vermelha
quinta-feira, 20 de setembro de 2012
NAMORADOS
Manuel Bandeira
 

O rapaz chegou-se para junto da moça e disse:
— Antônia, ainda não me acostumei com o seu corpo, com a sua cara.

A moça olhou de lado e esperou.

— Você não sabe quando a gente é criança e de repente vê uma lagarta listada?

A moça se lembrava:
— A gente fica olhando...

A meninice brincou de novo nos olhos dela.

O rapaz prosseguiu com muita doçura:

— Antônia, você parece uma lagarta listada.

A moça arregaçou os olhos, fez exclamações.

O rapaz concluiu:

— Antônia, você é engraçada! Você parece louca.

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© Manuel Bandeira
In Libertinagem, 1930

Imagem: Donald Zolan

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

adriano_cecilia

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

OS TEUS PÉS
Pablo Neruda

Quando não posso contemplar teu rosto,
contemplo os teus pés.

Teus pés de osso arqueado,
teus pequenos pés duros.

Eu sei que te sustentam
e que teu doce peso
sobre eles se ergue.

Tua cintura e teus seios,
a duplicada púrpura
dos teus mamilos,
a caixa dos teus olhos
que há pouco levantaram vôo,
a larga boca de fruta,
tua rubra cabeleira,
pequena torre minha.

Mas se amo os teus pés
é só porque andaram
sobre a terra e sobre
o vento e sobre a água,
até me encontrarem.

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© Pablo Neruda
In Poemas de amor, 2010
Trad. Nuno Júdice

Imagem: Jenedy Paige

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

SAUDADE TRÔPEGA
José Bernardes

Saudade são aquelas casas que um dia o coração habitou
e onde agora pousam os olhares
movidos por pássaros de canto frágil

Saudade são aquelas árvores despidas de folhas
que migraram ondulando nos ventos
dos estios desérticos das palavras gastas

Saudade são as marés fechadas na concha da mão
vislumbre da música eterna cantada pelas gaivotas

Ah as gaivotas
essas não sofrem de saudade
criadoras da fronteira da terra e do mar
desenham no limite da maré
linha onde descalço tropeço
a espumosa melancolia das ondas

Saudade são as pegadas deixadas na areia
vultos de pés perdidos que em breve
trôpegos de maré e vinho
se abandonam à tristeza da fronteira dos pássaros.

Coração vermelho 

José Bernardes
In Palavras imóveis

Imagem: Childe Hassam

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

TENHO UM POEMA POUSADO NO VESTIDO E NÃO SEI SE VOLTAS
Maria do Rosário Pedreira


Tenho um decote pousado no vestido e não sei se voltas,
mas as palavras estão prontas sobre os lábios como
segredos imperfeitos ou gomos de água guardados para o verão.
E, se de noite as repito em surdina, no silêncio
do quarto, antes de adormecer, é como se de repente
as aves tivessem chegado já ao sul e tu voltasses
em busca desses antigos recados levados pelo tempo:

Vamos para casa? O sol adormece nos telhados ao domingo
e há um intenso cheiro a linho derramado nas camas.
Podemos virar os sonhos do avesso, dormir dentro da tarde
e deixar que o tempo se ocupe dos gestos mais pequenos.

Vamos para casa. Deixei um livro partido ao meio no chão
do quarto, estão sozinhos na caixa os retratos antigos
do avô, havia as tuas mãos apertadas com força, aquela
música que costumávamos ouvir no inverno. E eu quero rever
as nuvens recortadas nas janelas vermelhas do crepúsculo;
e quero ir outra vez para casa. Como das outras vezes.

Assim me faço ao sono, noite após noite, desfiando a lenta
meada dos dias para descontar a espera. E, quando as crias
afastarem finalmente as asas da quilha no seu primeiro voo,
por certo estarei ainda aqui, mas poderei dizer que, pelo
menos uma ou outra vez, já mandei os recados, já da minha
boca ouvi estas palavras, voltes ou não voltes.

 

Rosa vermelha

© Maria do Rosário Pedreira
In 366 poemas que falam de amor, 2003

imagem: Jack Vettriano

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

FUGITIVA
Elza Fraga


Estou aqui
de novo
estenda a mão e sinta
meu aconchego
meu cheiro
meu desassossego
minhas inconstâncias
minha ânsia
de voar,

de fugir do pesadelo
onde não estás
pra encontrar
tua presença
que nunca arribou.

Só eu
ave tardia
presa do inverno
fugi pro inferno
escaldei as asas
atrás do calor.

Calor que sempre esteve aqui.

Então apenas
estenda a mão
e me engaiole enfim

e finja que nunca parti
fugindo

de mim.

Red rose

© Elza Fraga
In Tempo in-verso (blog)
Link: http://goo.gl/9YdST

Mais da autora na Voz da Poesia 

imagem: Jenedy Paige

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

maosdadas2

CANTO E ENCANTO-ME
Daniela S. Pereira

Esta noite
entrelacei os meus dedos
nos teus dedos,
desvendei os teus segredos
e no teu corpo
compus uma canção.

Canto,
e encanto-me com o teu canto,
enquanto a luz da Lua,
no teu corpo deixa um manto
em testemunho da nossa união.

Red heart

In com alma e olhar, 2012
comalmaeolhar.blogspot.com.br

imagem: Google image

terça-feira, 14 de agosto de 2012
A internet está menos perfumada e menos risonha sem o “CHEIRO DE FLOR QUANDO RI”. coração partido
Fechou o seu blog Ana Jácomo, uma das mais brilhantes escritoras desse país, que inundou a internet com o seu talento, a sua poesia, as suas belíssimas crônicas e a sua rica prosa poética. Visitar o seu jardim era um hábito diário, buscar na fonte o perfume para continuar o dia sentindo cheiro de flor quando ri.
Seu texto repleto de poesia encantou a todos. Coloque nos motores de busca o nome “Ana Jácomo” e você terá uma pequena noção do que estou dizendo (só no Google encontrei 1.520.000 referências!).
Para os amigos do blog ficou por alguns dias uma despedida, sem direito a comentários (que estava desativado), texto que reproduzo:
28/05/12 01:14
Felicidade pra todos!
de Ana Jácomo
Criei este blog num período muito especial da minha vida, quando, depois de tantos anos sem escrever, voltei a fazer contato com a possibilidade de expressão por meio da escrita. Eu vinha de um tempo‚ sofrido e era um momento promissor, grandioso, quando buscava meios, caminhos, recursos, dedicada, para desfrutar do melhor de mim que pudesse trazer à tona. Para lidar mais amorosamente com os outros. Para viver com mais confiança, leveza e coração.
Criei este blog com um bocado de amor e foi com amor, também com prazer, que o mantive durante os últimos anos. Este foi um espaço que inventei para me expressar e também compartilhar, por meio dos textos, percepções, sentimentos, olhares, todos meus, que não precisavam necessariamente fazer sentido pra quem quer que fosse, mas que estavam disponíveis pra quem quisesse passear por aqui. Pra quem gostasse do lugar. Pra quem gostasse de voltar.
Foi uma experiência inédita, rica, preciosa. Hoje, com muita gratidão, eu me despeço. Um ciclo se fechou na minha vida e tenho clareza de que o exercício praticado aqui foi finalizado. Não voltarei a escrever neste espaço, e ainda nem vislumbro os novos caminhos que certamente me encontrarão, mas não sou capaz de apagar o que foi escrito, o blog será mantido com todo o seu histórico. Tudo isto me diz muito, diz muito de mim, diz muito do chão percorrido para chegar ao momento presente, passo a passo. É valioso.
É meu desejo sincero que cada um de vocês seja feliz, tanto quanto desejo ser.
Luz e Amor!
Ana Jácomo
A promessa não foi cumprida e o blog foi desativado. Contato com Ana Jácomo? Impossível, ao menos pra mim – seus e-mails são devolvidos com a mensagem que o endereço não existe.
Mas a sua página no site A Voz da Poesia será mantida ─ e alimentada ─ com muito amor.

Ana Jácomo na Voz da Poesia
www.avozdapoesia.com.br/anajacomo
domingo, 12 de agosto de 2012

FELIZ DIA DOS PAIS!
MÃE, FELIZ DIA DOS PAIS!

AS MÃOS DE MEU PAI
Mário Quintana

As tuas mãos tem grossas veias como cordas azuis
sobre um fundo de manchas já cor de terra
— como são belas as tuas mãos —
pelo quanto lidaram, acariciaram ou fremiram
na nobre cólera dos justos...

Porque há nas tuas mãos, meu velho pai,
essa beleza que se chama simplesmente vida.
E, ao entardecer, quando elas repousam
nos braços da tua cadeira predileta,
uma luz parece vir de dentro delas...

Virá dessa chama que pouco a pouco, longamente,
vieste alimentando na terrível solidão do mundo,
como quem junta uns gravetos e tenta acendê-los contra o vento?
Ah, Como os fizeste arder, fulgir,
com o milagre das tuas mãos.

E é, ainda, a vida
que transfigura das tuas mãos nodosas...
essa chama de vida — que transcende a própria vida...
e que os Anjos, um dia, chamarão de alma...

Gift with a bowPointing up

imagem da internet, by Google

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

A LUA NO CINEMA
Paulo Leminsky


A lua foi ao cinema,
passava um filme engraçado,
a história de uma estrela
que não tinha namorado.

Não tinha porque era apenas
uma estrela bem pequena,
dessas que, quando apagam,
ninguém vai dizer, que pena!

Era uma estrela sozinha,
ninguém olhava pra ela,
e toda a luz que ela tinha
cabia numa janela.

A lua ficou tão triste
com aquela história de amor
que até hoje a lua insiste:
— Amanheça, por favor!

Sleeping half-moon Star

© Paulo Leminsky
In Distraído Venceremos, 1987

imagem by Google

domingo, 15 de julho de 2012

15/07 - Aniversário de Evelinn (saudade eterna, Guria!)

“de uma estrela cadente se jogar só pra ver a flor do seu sorriso se abrirr”

Estrela
Gilberto Gil

Há de surgir
Uma estrela no céu
Cada vez que você sorrir
Há de apagar
Uma estrela no céu
Cada vez que você chorar

O contrário também
Bem que pode acontecer
De uma estrela brilhar
Quando a lágrima cair
Ou então
De uma estrela cadente se jogar
Só pra ver
A flor do seu sorriso se abrir

Hum!
Deus fará
Absurdos
Contanto que a vida
Seja assim
Sim
Um altar
Onde a gente celebre
Tudo o que Ele consentir

terça-feira, 10 de julho de 2012

home

 

Depois de certo período de reformulação, o site A VOZ DA POESIA reabre com novas funcionalidades, e aos poucos fará retornar seu tradicional acervo de obras. Acompanhem os nossos passos com atenção e fiquem atentos às novidades, acessando as opções DESTAQUES e RECENTES.

Aos visitantes que desejarem contribuir agregando conteúdo ao site, bem como aos colaboradores que nele já estão, recomendamos a leitura da nossa página de instruções. Clique aqui

quinta-feira, 17 de maio de 2012

EXPERIÊNCIA
Flora Figueiredo

É possível viver um amor em sustenido:
basta que ele seja
mais amante que marido
e que tenha na mulher,
a namorada.
Aquela que ganha a lua
enfeitada
dos brilhos azulados da manhã.
Às vezes fêmea, às vezes fada, quem sabe irmã.
E que deitada
num colchão de encantos,
possa lamber o mel da vida.
Quando saciada,
envolva a beleza de ternuras tantas,
que não falte então mais nada
pra que num espaço mais curto
que o minuto,
possa escrever a estória mais perfeita
que já foi feita sobre o amor absoluto.


Flora Figueiredo
In Calçada de Verão
domingo, 13 de maio de 2012

o-melhor-de-mim

Meu presente deste Dia das Mães!

Porque meu presente diário é você! Coração vermelho Rosa vermelha

Sobre o livro: (que já comecei a ler)

Na primavera de 1984, os estudantes Amanda Collier e Dawson Cole se apaixonaram perdidamente. Embora vivessem em mundos muito diferentes, o amor que sentiam um pelo outro parecia forte o bastante para desafiar todas as convenções de Oriental, a pequena cidade em que moravam.

Nascido em uma família de criminosos, o solitário Dawson acreditava que seu sentimento por Amanda lhe daria a força necessária para fugir do destino sombrio que parecia traçado para ele. Ela, uma garota bonita e de família tradicional, que sonhava entrar para uma universidade de renome, via no namorado um porto seguro para toda a sua paixão e seu espírito livre. Infelizmente, quando o verão do último ano de escola chegou ao fim, a realidade os separou de maneira cruel e implacável.

Vinte e cinco anos depois, eles estão de volta a Oriental para o velório de Tuck Hostetler, o homem que um dia abrigou Dawson, acobertou o namoro do casal e acabou se tornando o melhor amigo dos dois.

Seguindo as instruções de cartas deixadas por Tuck, o casal redescobrirá sentimentos sufocados há décadas. Após tanto tempo afastados, Amanda e Dawson irão perceber que não tiveram a vida que esperavam e que nunca conseguiram esquecer o primeiro amor. Um único fim de semana juntos e talvez seus destinos mudem para sempre.

Num romance envolvente, Nicholas Sparks mostra toda a sua habilidade de contador de histórias e reafirma que o amor é a força mais poderosa do Universo - e que, quando duas pessoas se amam, nem a distância nem o tempo podem separá-las.

Sobre o autor:

Sparks é a mente por traz de algumas das histórias de amor mais comoventes escritas nas últimas décadas. São do escritor, por exemplo, os títulos "Um Amor para Recordar", "Diário de Uma Paixão" e "Querido John". Todos adaptados com grande sucesso por Hollywood, em filmes capazes de fazer até marmanjos chorarem.

sábado, 12 de maio de 2012

O colar mais precioso, com que se orna uma mãe, são os braços de seus filhos.

(Cunha Matos)

Imagem: tela de Elizabeth Louise Vigée-LeBrun

sexta-feira, 4 de maio de 2012

FANTASIA
Alfredo Brochado


Há uma mulher em toda a minha vida,
Que não se chega bem a precisar.
Uma mulher que eu trago em mim perdida,
Sem a poder beijar.

Há uma mulher na minha vida inquieta.
Uma mulher? Há duas, muitas mais,
Que não são vagos sonhos de poeta,
Nem formas irreais.

Mulheres que existem, corpos, realidade,
Têm passado por mim, humanamente,
Deixando, quando partem, a saudade
Que deixa toda a gente.

Mas coisa singular, essa que eu não beijei,
É quem me ilude, é quem me prende e quer.
Com ela sonho e sofro... Só não sei
Quem é essa mulher.

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Sobre o autor:

Alfredo Monteiro Brochado, nasceu na freguesia de S. Gonçalo, Concelho de Amarante a 3 de Fevereiro de 1897
Faleceu em 16 de Maio de 1949, em Lisboa e ocupou por último o cargo de Chefe de Secretaria da Procuradoria Geral da República.

Imagem > DAQUI

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SONETO DO AMOR COMO UM RIO
Vinicius de Moraes

Este infinito amor de um ano faz
Que é maior do que o tempo e do que tudo
Este amor que é real, e que, contudo
Eu já não cria que existisse mais.

Este amor que surgiu insuspeitado
E que dentro do drama fez-se em paz
Este amor que é o túmulo onde jaz
Meu corpo para sempre sepultado.

Este amor meu é como um rio; um rio
Noturno interminável e tardio
A deslizar macio pelo ermo

E que em seu curso sideral me leva
Iluminado de paixão na treva
Para o espaço sem fim de um mar sem termo.

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Montevidéu, 1959

In Para viver um grande amor (crônicas e poemas)
in Livro de Sonetos
In Poesia completa e prosa: "A lua de Montevidéu"

Imagem da internet via Google, sem identificação de autoria

sábado, 7 de abril de 2012

Segundo informações após contato com Célia Bretas Tahan, jornalista, escritora e neta de Cora Coralina, esta confirmou que todos os poemas inéditos de Cora se encontram em poder de sua mãe, Vicência Bretas Tahan (única filha de Cora ainda viva e autora da biografia romanceada "Cora Coragem Cora Poesia") e o poema vinculado pela mídia "Não Sei" e/ou "Saber Viver" ( = contendo as letras de Não Sei não fazem parte do acervo da referida autora.). A divulgação do apócrifo surgiu, porque junto ao poema veio um acréscimo (de origem desconhecida) do verso sem estar entre as aspas: “Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina" do poema Exaltação de Aninha (O Professor) de Cora Coralina, in: Vintém de cobre: meias confissões de Aninha, 9. ed., São Paulo: Global, 2007.

Fonte: DAQUI

 

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Fonte da imagem: DAQUI

NÃO SEI
SABER VIVER

Buscando Autoria

Não sei se a vida é
curta ou longa
demais para nós.
Mas sei que nada
do que vivemos
tem sentido se não
tocarmos o coração
das pessoas.

Circula pela net – em alguns blogs e sites – creditada à Cecília Meireles. Eis o que diz a autora em seu blog:

http://cancaodosonhoacabado.blogspot.com.br/

“ESCLARECIMENTO

Acabei de lançar este livro: "CANÇÃO DO SONHO ACABADO e outros poemas" Este livro tem uma história... Compus em 1994 um poema chamado "Canção do Sonho Acabado"e recentemente postei na internet; Por algum engano, ele foi atribuído - em vários sites - à Cecília Meirelles, o que muito me lisojeou. No entanto, é importante que as pessoas saibam que é de minha autoria, que tem seus direitos autorais e que foi publicado em 2006 na Antologia Delicatta I. Claro, é o primeiro poema, no meu próprio livro.”

image


CANÇÃO DO SONHO ACABADO
Helenita Scherma

Já tive a rosa do amor
- rubra rosa, sem pudor.
Cobicei, cheirei, colhi.
Mas ela despetalou
E outra igual, nunca mais vi.
Já vivi mil aventuras,
Me embriaguei de alegria!
Mas os risos da ventura,
No limiar da loucura,
Se tornaram fantasia...
Já almejei felicidade,
Mãos dadas, fraternidade,
Um ideal sem fronteiras
- utopia! Voou ligeira,
Nas asas da liberdade.
Desejei viver. Demais!
Segurar a juventude,
Prender o tempo na mão,
Plantar o lírio da paz!
Mas nem mesmo isto eu pude:
Tentei, porém nada fiz...
Muito, da vida, eu já quis.
Já quis... mas não quero mais...

In http://cancaodosonhoacabado.blogspot.com.br/

Imagem do blog > DAQUI

quarta-feira, 21 de março de 2012

Leonid_Afremov_autumm

MOÇAS OUTONAIS
Anderson Cnristofoletti

No outono a luz morna da aurora delineia as folhas
ruivas e as copas das árvores se entreabrem
revelando novas cores e horizontes.
No outono os arrebóis são mais passionais; as
paixões, mais promissoras;
O pôr-do-sol é um capítulo à parte: vertiginosos
dourados que dessangram azuis numa tela viva de
Monet.
As moças - então outonais - passam corn seus
vestidos longos e deixam escorrer um perfume de
cravo e canela quando sorriem.
É a estação na qual as janelas estão sempre
abertas e os olhos sempre procuram outros olhos.
O outono, definitivamente, é a estação dos versos
silentes, das belezas tácitas e da compreensão
inefável das coisas.
hummingbirdredrose[1]
©Anderson Christofoletti
In Da Poesia à Poesia Inexistente
Imagem: Leonid Afremov

terça-feira, 20 de março de 2012

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A ORAÇÃO DAS ROSAS
Federico Garcia Lorca

Ave rosas, estrelas solenes!
Rosas, rosas, jóias vivas de infinito;
bocas, seios e almas vagas perfumadas;
prantos, beijos!, grãos, pólen da lua;
doces lotes das almas estancadas;
ave rosas, estrelas solenes!

Amigas de poetas
e de meu coração,
ave rosas, estrelas
de luminosa Sião!
Panidas, sim, Panidas;
o trágico Rubén
assim chamou em versos
o lânguido Verlaine,
que era rosa sangrenta
e amarela também.
Deixai que assim os chame,
Panidas, sim, Panidas,
essência de um Éden,
de lábios dançarinos,
e seios de mulher.
Vós outros junto ao mármore
o sangue dele sois,
porém se fôsseis aroma
do vergel
em que os funos moram,
teríeis em vosso ser
uma essência divina:
Maria de Nazaré,
que esconde em vossos peitos
brancura de seu mel;
flor única e divina,
flor de Deus e Luzbel.

Flor eterna. Conjuro ao suspiro.
Flor grandiosa, divina, enervante,
flor de fauno e de virgem cristã,
flor de Vênus furiosa e tonante,
flor mariana celeste e sedante,
flor que é vida e fonte azul
do amor juvenil e arrogante
que em seu cálix as ânsias aclara.

O que seria a vida sem rosas!
Uma senda sem ritmo nem sangue,
um abismo sem noite nem dia.
Elas emprestam suas asas à alma
que sem elas a alma morria,
sem estrelas, sem fé, sem as claras
ilusões que a alma queria.

Elas são refúgio de muitos corações,
elas são estrelas que sentem o amor,
elas são silêncios que lentos escaparam
do eterno poeta noturno e sonhador,
e com ar e com céu e com luz se formaram,
por isso todas elas ao nascer imitaram
a cor e a forma de nosso coração.
Elas são as mulheres entre todas as flores,
tíbios sancta sanctorum da eterna poesia,
neáporis grandiosas de todo o pensamento,
cibórios de perfume que azul o vento bebe,
cromáticos enxames, pérolas do sentimento,
adornos das liras, poetas sem acento.
Amantes olorosas de doces rouxinóis.

Mães de todo o belo,
sois eternas, magníficas, tristes
como tardes caladas de outubro,
que ao morrer, melancólicas, vagas,
uma noite de outono as cobre,
porque ao ser como sois a poesia
estais cheias de outono, de tardes,
de pesares, de melancolia,
de tristezas, de amores fatais,
de crespúculo gris de agonia,
que sois tristes, ao ser poesia
que é uma água de vossos rosais.
Santas rosas divinas e várias,
esperanças, anelos, paixão,
deposito em vós outras, amigas;
dai-me um cálice vazio, já morto,
que em seu fundo, melancólico e deserto,
verterei meu fatal coração.

Ave, rosas, estrelas!
Rosas plenas de graça e amor,
o céu e a terra são vossos
e benditos serão os mestres
que proclamam a voz de tua flor.
E bendito será o belo fruto
de teu belo evangelho solene,
e bendito o teu aroma perene,
e bendito o teu pálido alvor.
Solitárias, divinas e graves,
soluçais, pois sois flores do amor,
soluçais pelos meninos que vos decepam,
soluçais por ser alma e ser flor,
soluçais pelos maus poetas
que não vos podem cantar com dor,
soluçai pela lua que vos ama,
soluçai por tanto coração
que na sombra vos escute calado,
e também soluçai por meu amor.
Ai! incensários carnais da alma,
chopinescas romanças de odor,
soluçais por meus beijos ocultos
que deu minha boca a vós.
Soluçai pela névoa de tumba
onde sangra o meu coração,
e em minha hora de estrela apagada,
que meus olhos se fechem ao sol,
sede meu branco e severo sudário,
chopinescas romanças de odor.
Ocultai-me em um vale tranqüilo,
e esperando minha ressurreição,
ide sorvendo com vossas raízes
a amargura de meu coração.

Rosas, rosas divinas e belas,
soluçai, pois sois flores de amor.

13-3
FEDERICO GARCIA LORCA
In Poemas Esparsos

quinta-feira, 15 de março de 2012


BILHETE EM PAPEL ROSA
A meu amado secreto, Castro Alves

Quantas loucuras fiz por teu amor, Antônio.
Vê estas olheiras dramáticas,
este poema roubado:
“o cinamomo floresce
em frente ao teu postigo.
Cada flor murcha que desce,
morro de sonhar contigo”.
Ó bardo, eu estou tão fraca
e teu cabelo é tão negro,
eu vivo tão perturbada, pensando com tanta força
meu pensamento de amor,
que já nem sinto mais fome,
o sono fugiu de mim. Me dão mingaus,
caldos quentes, me dão prudentes conselhos,
e eu quero é a ponta sedosa do teu bigode atrevido,
a tua boca de brasa, Antônio, as nossas vias ligadas.
Antônio lindo, meu bem,
ó meu amor adorado,
Antônio, Antônio.
Para sempre tua.

1-14

© Adélia Prado
Voz da autora
Áudio do CD "O Sempre Amor"

www.avozdapoesia.com.br/castroalves

www.avozdapoesia.com.br/adeliaprado

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