sábado, 13 de setembro de 2008

Este post é dedicado a Rosany Costa (Plenytude)
Feliz Aniversário!



AMIGO É CASA
Comp.: Capiba e Hermínio Bello de Carvalho
Intérpretes: Zé Renato e Lenine

Amigo é feito casa que se faz aos poucos e com paciência pra durar pra sempre mas é preciso ter muito tijolo e terra preparar reboco, construir tramelas usar a sapiência de um João-de-barro que constrói com arte a sua residência há que o alicerce seja muito resistente que às chuvas e aos ventos possa então a proteger.

E há que fincar muito jequitibá e vigas de jatobá e adubar o jardim e plantar muita flor toiceiras de resedás não falte um caramanchão pros tempos idos lembrar que os cabelos brancos vão surgindo que nem mato na roceira que mal dá pra capinar e há que ver os pés de manacá cheios de sabiás sabendo que os rouxinóis vão trazer arrebóis choro de imaginar!

Pra festa da cumieira não faltem os violões! Muito milho ardendo na fogueira e quentão farto em gengibre aquecendo os corações.

A casa é amizade construída aos poucos e que a gente quer com beira e tribeira com gelosia feita de matéria rara e altas platibandas, com portão bem largo que é pra se entrar sorrindo nas horas incertas sem fazer alarde, sem causar transtorno amigo que é amigo quando quer estar presente faz-se quase transparente sem deixar-se perceber amigo é pra ficar.

Se chegar, se achegar, se abraçar, se beijar, se louvar, bendizer amigo a gente acolhe, recolhe e agasalha e oferece lugar pra dormir e comer amigo que é amigo não puxa tapete oferece pra gente o melhor que tem e o que nem tem quando não tem, finge que tem, faz o que pode e o seu coração reparte que nem pão.
quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Música: Nosso Estranho amor - Caetano Veloso
Participação: Eliana Printes

Fonte

terça-feira, 9 de setembro de 2008

monet_water_lilies
                                             Imagem: Monet


Pudesse eu não ter laços nem limites
Ó vida de mil faces transbordantes
Para poder responder aos teus convites
Suspensos na surpresa dos instantes!


[Pudesse eu - Sophia de Mello Breyner Andresen]

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

tomas_de_quincey_b

domingo, 7 de setembro de 2008

pegadas_1  
                                          imagem da internet

A forma que uma tarde, na montanha, entrevi, e que me fez tão tristemente temer minha própria poesia.
É apenas um prenúncio do mistério
Um suspiro da morte íntima, ainda não desencantada...
Vim para ser lembrado
Para ser tocado de emoção, para chorar
Vim para ouvir o mar contigo
Como no tempo em que o sonho da mulher nos alucinava, e nós
Encontrávamos força para sorrir à luz fantástica da manhã.

[Fragmento de Elegia ao primeiro amigo - Vinicius de Moraes]

Rio de Janeiro, 1943
in Cinco elegias

foto_dablink 
              imagem da internet (modificada no dablink.com)

Pousa sobre esses espetáculos infatigáveis
uma sonora ou silenciosa canção:
flor do espírito, desinteressada e efêmera.
Por ela, os homens te conhecerão:
por ela, os tempos versáteis saberão
que o mundo ficou mais belo, ainda que inutilmente,
quando por ele andou teu coração.

[Epigrama nº I - Cecília Meireles]

sábado, 6 de setembro de 2008

memoria_aguas



MEMÓRIA DAS ÁGUAS
Comp.: Roberto Mendes/Jorge Portugal
Intérprete: Maria Bethânia

Amores são águas doces
Paixões são águas salgadas
Queria que a vida fosse
Essas águas misturadas

Eu que já fui afluente
Das águas da fantasia
Hoje molho mansamente
As margens da poesia

Cachoeira da Vitória
Timbó das pedras de seixo
Vocês são minha memória
Correm em mim desde o começo

Quando o Subaé subia
Beijando o Sergimirim
Um amor de águas limpas
Nascia dentro de mim

E foi assim pela vida
Navegando em tantas águas
Que mesmo as minhas feridas
Viraram ondas ou vagas

Hoje eu lembro dos meus rios
Em mim mesma mergulhada
Águas que movem moinhos
Nunca são águas passadas

Eu sou memória das águas
Eu sou memória das águas
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