sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

ortografia

DOWNLOAD >> AQUI 

Passou a vigorar a partir de 01 de Janeiro de 2009

Mudanças no alfabeto
Trema
Mudanças nas regras de acentuação
Uso do hífen

FONTE: Guia Reforma Ortografica Michaelis

Saiba mais >> ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS
                     PORTAL DA LÍNGUA PORTUGUESA

veleiro[1]  

MEU VELEIRO
Licínia Quitério

Tenho um veleiro amarrado na varanda do olhar. Solto-o no odor salgado das tardes de verão e fico a vê-lo sorrir enquanto cavalga ondas meninas. Elegante e ágil esta nau de inventos, navegando à vista de todas as praias. Sabe de cor seu tempo de passeio, no verso e reverso da rota que traçou. Quando relembro a hora, ele regressa, revigorado, à sua amarração, seu cais, seu porto, seu país. Flor do Mar, meu veleiro, minha terra firme, minha única viagem.

Imagem da Internet, pelo Google
quinta-feira, 1 de janeiro de 2009



Oswaldo Montenegro

Vontade de ser sozinho
Sem grilo do que passou
A taça do mesmo vinho
Sem brinde mas por favor

Não é que eu não tenha amigos, não
Não é que eu não dê valor
Mas hoje é preciso a solidão

Em nome do que acabou
Vontade de ser sozinho
Mas por uma causa sã

Trocar o calor do ninho
Pelo frio da manhã
Valeu a orquestra se valeu
Agora é flauta de Pã

Hojé é preciso a solidão
Com a benção do Deus Tupã, ô menina
E a quem perguntar quando o vento sopra
Responda que já soprou
Mas o vento não traz resposta
Acabou

A flecha que passa rente
Cantor implorando um bis
O cara que sempre mente
A feia que quer ser miss

Gaivota voando sob o céu
A letra que eu nunca fiz
Tudo é a mesma solidão

Mas dá pra se ser feliz, ô menina
E a quem perguntar quando o vento sopra
Responda que já soprou
Mas o vento não traz resposta
Acabou

E todo mundo é sozinho
E ai de quem pensar que não
A moça com seu vizinho
Soldado com capitão

E resta a quem tá sem seu amor
Amar sua solidão
Hoje é preciso um uivo
De lobo na escuridão, ô menina

E a quem perguntar quando o vento sopra
Responda que já soprou
O vento não traz resposta
Acabou

E a quem perguntar quando o vento sopra
Responda que já soprou
O vento não traz resposta
terça-feira, 30 de dezembro de 2008

É chegado o término de mais um ano, ocasião em que se renovam as esperanças de um mundo melhor, em que sonhos são projetados, e lembranças dos bons momentos se eternizam na memória coletiva. Esse é um sentimento que ressurge com mais afinco em período de festividades, ligando pessoas em torno de um ideal comum. Irmanados nele é que lançamos nossa pequena semente de um mundo mais harmônico, solidário e feliz.
Aspiramos juntos. Aprendemos juntos. Que essa presença familiar inconfundível continue conosco no ano que se inicia. E, ainda que as preocupações peculiares ao dia-a-dia cheguem a pesar, esse elo afetivo permanecerá sempre inquebrantável... porque nos habituamos com o perfume marcante do seu imenso carinho em nossas vidas.
Feliz Ano Novo, com muita alegria e muita paz!

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

                                                                             daqui

A lua projetava o seu perfil azul
Sobre os velhos arabescos das flores calmas
A pequena varanda era como o ninho futuro
E as ramadas escorriam gotas que não havia.

Na rua ignorada anjos brincavam de roda...
– Ninguém sabia, mas nós estávamos ali.
Só os perfumes teciam a renda da tristeza
Porque as corolas eram alegres como frutos
E uma inocente pintura brotava do desenho das cores

Eu me pus a sonhar o poema da hora.
E, talvez ao olhar meu rosto exasperado
Pela ânsia de te ter tão vagamente amiga
Talvez ao pressentir na carne misteriosa
A germinação estranha do meu indizível apelo
Ouvi bruscamente a claridade do teu riso
Num gorjeio de gorgulhos de água enluarada.
E ele era tão belo, tão mais belo do que a noite
Tão mais doce que o mel dourado dos teus olhos
Que ao vê-lo trilar sobre os teus dentes como um címbalo
E se escorrer sobre os teus lábios como um suco
E marulhar entre os teus seios como uma onda
Eu chorei docemente na concha de minhas mãos vazias
De que me tivesses possuído antes do amor.


[Vida e poesia - Vinicius de Moraes]

domingo, 21 de dezembro de 2008

Grandes nomes da música brasileira interpretam canções natalinas. Um presente de primeira qualidade!

Natal Bem Brasileiro (2008)

capa

Escolha a faixa de sua preferência

01 - BOAS FESTAS
Autor: Assis Valente
Intérprete: Maria Bethânia

02 - CARTÃO DE NATAL
Autor: Luiz Gonzaga e Zé Dantas
Intérprete: Elba Ramalho

03 - Ô DE CASA
Autor: Simone Gimarães e Sérgio Natureza
Intérprete: Flávio Venturini

04 - NATAL DAS CRIANÇAS
Intérprete: Jane Duboc

05 - FELIZ NATAL, PAPAI NOEL
Autor: Martinho da Vila
Intérprete: Zezé Motta

06 - VÉSPERA DE NATAL
Autor: Adoniran Barbosa
Intérprete: Marcos Sacramento

07 - E NASCEU JESUS
Autor: Orlandivo e Roberto Jorge
Intérprete: Maria Alcina

08 - O VELHINHO
Autor: Otávio Filho
Intérprete: Dominguinhos

09 - RECADINHO DE PAPAI NOEL
Autor: Assis Valente
Intérprete: Wanderléa

10 - MEU MENINO JESUS
Autor: Roberto e Erasmo Carlos
Intérprete: Célia

11 - FELIZ NATAL
Autor: Armando Cavalcanti e Klécius Caldas
Intérprete: Miúcha

12 - NATAL
Autor: Francis Hime e Vinicius de Moraes
Intérprete: Leila Pinheiro e Francis Hime

13 - VELHO AMIGO
Autores: Baden Powell e Vinicius de Moraes
Intérprete: Olivia Hime

14 - POEMA DE NATAL
Autor: Vinicius de Moraes
Intérprete: Vinicius de Moraes com participação especial de Toquinho no violão

OUÇA


Recomendo este CD
COMPRAR

sábado, 20 de dezembro de 2008

Procurava uma mensagem de Natal para aqueles que ainda reserva alguns minutos do seu tempo para ler alguma coisa. E ela me veio por e-mail. Verdadeira. Bela. Simples.

PRA VOCÊ
NG_6 
Mais um Natal vem chegando, e a alma de toda gente fica apertadinha, encolhida, do tamanho de uma criança... confesse que, nesta época do ano principalmente, você tem vontade de afrouxar a gravata, trocar o par de sapatos de salto por havaianas, e até sorri quando, inadvertidamente, pisa numa poça d'água... confesse que, às vezes, durante o teu cotidiano, você enxerga, no espelho do olhar do outro, a criança que ainda vive na tua alma...
Quer saber?... Eu acho isso tudo, a alma do Natal... Cada ínfimo gesto: o tamborilar na mesa, acompanhando o ritmo musical; o assovio, em resposta ao passarinho que pousa no telhado;
e tantas outras grandes pequenas atitudes que denunciam a criança em nós...
Tem gente que perde tempo, reclamando que Natal foi transformado em consumismo, comércio desenfreado... Consumismo existe o ano todo - por que todos consumimos (quanto mais temos, mais consumimos, obviamente)... Perde tempo, quem fica a conjecturar sobre essas coisas... É Natal!... Natal construído antes do dia 25 - a expectativa, os preparativos, os presentes (grandes ou pequenos, sempre lembranças de luz na solidão)...
Em razão da proximidade do final de ano, ainda há aqueles que, às vésperas do Natal, ficam somando os fracassos, e menosprezando as pequenas vitórias de cada dia... Poxa, não conseguiu o aumento salarial?... Mas continua trabalhando, e, este ano, produziu... Todo caminho leva ao sucesso - lamentavelmente, tem gente que desvia do caminho, antes de chegar lá...
Mas há outros que fazem planos mirabolantes, como se satisfizessem com o que consideram impossível... Um dia, saberão que o impossível não existe...
Nesta lista, ainda adiciono aqueles que vivem de 'se' 'se' 'se', mais 'se' 'se' 'se' ("ah, se eu tivesse feito a outra opção", "se eu tivesse feito aquilo", "se eu não tivesse viajado", etc e tal), neste mês de dezembro, que deveria ser de festa... Para os cristãos, aniversário de Jesus... Para todos, indistintamente, a festa da vida humana... Estamos vivos, não estamos?... Tão vivos, que damos vida àqueles que partiram antes de nós...
Acho que, como eu, você também já viveu pelo menos um desses natais citados - ou não... Não importa, por que convivemos com "tanta diferente gente", como cantou o poeta, e por isso enxergamos, em nós e/ou nos outros, situações semelhantes...
Escrevi tudo isso, pra te dizer que este Natal vai ser diferente - não por que Papai Noel vai te visitar, te apresentar CPF, RG, e comprovar que existe, nem por causa da decoração natalina que você ornamentou, ou a ceia que você pretende servir aos familiares e amigos... O Natal vai ser diferente, simplesmente por que não existe dia igual - nem 25, nem 24, nem 26...
Quer saber mais?... Você também está diferente, é diferente, por que também você não é um ser estático - assim como eu... Você já não é a criatura de dezembro passado, que ficou lá atrás...
Por isso, aproveite o máximo dos dias que antecedem à Festa Natalina, e, tanto quanto possível, continue aproveitando os dias que se sucederem... Afinal, a gente nunca sabe quando vai partir - o que a gente sabe é que hoje, aqui, agora, a gente está, a gente é, a gente pode ser... Sem pensar muito, retire a poeira dos sonhos, liberte a criança da alma, e deixe-se inebriar pelo espírito natalino: corresponda aos sorrisos e beijos, surpreenda com um abraço aquele que se mutila em sentimentos negativos...
... e tudo pode ser tão simples, né?...
É só o que te desejo: um simples Natal!!!!

DORA BRISA

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

155044 001 
                                                   Imagem: Tomasz Rut


Carrega-me contigo, Pássaro-Poesia
Quando cruzares o Amanhã, a luz, o impossível
Porque de barro e palha tem sido esta viagem
Que faço a sós comigo. Isenta de traçado
Ou de complicada geografia, sem nenhuma bagagem
Hei de levar apenas a vertigem e a fé:
Para teu corpo de luz, dois fardos breves.
Deixarei palavras e cantigas. E movediças
Embaçadas vias de Ilusão.
Não cantei cotidianos. Só cantei a ti
Pássaro-Poesia
E a paisagem-limite: o fosso, o extremo
A convulsão do Homem.

Carrega-me contigo.
No Amanhã.


[I - Hilda Hilst in Amavisse, 1989]

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