domingo, 11 de janeiro de 2009

capitu

Uma das mais importantes obras da literatura nacional, Dom Casmurro, é revisitada nesta minissérie de 5 episódios. Com um roteiro que segue de perto a famosa história criada por Machado de Assis, Capitu preserva a dúvida sobre a traição da esposa de Bentinho com seu melhor amigo, Escobar. A história é narrada pelo próprio Dom Casmurro, apelido de Bento Santigo. Ele conta sua história ao lado de Capitu, sua vizinha na infância. Desde muito cedo, Capitu era esperta e cheia de vida, o que lhe rendeu o famoso epíteto de “cigana oblíqua e dissimulada”. Mas o amor de Bentinho e Capitu é interrompido por uma promessa da mãe do jovem (d. Glória, interpretada por Eliane Giardini): entregar seu filho para o sacerdócio. Apesar de detestar a vida no seminário, é lá que Bentinho conhece seu melhor amigo, Escobar (iinterpretado por Pierre Baitelli). Algum tempo depois, por meio de um plano muito audaz, Bentinho consegue escapar do destino de ser padre e fica livre para se casar com Capitu. Casados, Bentinho e Capitu ficam cada vez mais próximos de Escobar e sua esposa. E é quando a amizade entre Capitu e Escobar se fortalece que Bentinho começa a desconfiar da fidelidade da esposa, e sua vida é consumida pelo ciúme que sente. A minissérie é divida em duas fases. A primeira conta o amor adolescente entre Capitu e Bentinho. Nesta fase, os personagens do (suposto) triângulo amoroso são interpretados por estreantes: Capitu é interpretada por Letícia Persiles e Bentinho por César Cardareiro. A segunda fase retoma a história a partir do ponto em que Bentinho volta da temporada de estudos no exterior e estende-se até a morte de Ezequiel, filho de Bentinho (nesta fase interpretado por Michel Melamed) e Capitu (interpretada por Maria Fernanda Cândido)



João e Maria
Intérpretes: Chico Buarquee Nara Leão
Comp.: Chico Buarque e Sivuca

Agora eu era o herói
E o meu cavalo só falava inglês
A noiva do cowboy
Era você
Além das outras três
Eu enfrentava os batalhões
Os alemães e seus canhões
Guardava o meu bodoque
E ensaiava um rock
Para as matinês

Agora eu era o rei
Era o bedel e era também juiz
E pela minha lei
A gente era obrigado a ser feliz
E você era a princesa
Que eu fiz coroar
E era tão linda de se admirar
Que andava nua pelo meu país

Não, não fuja não
Finja que agora eu era o seu brinquedo
Eu era o seu pião
O seu bicho preferido
Vem, me dê a mão
A gente agora já não tinha medo
No tempo da maldade
Acho que a gente nem tinha nascido

Agora era fatal
Que o faz-de-conta terminasse assim
Pra lá deste quintal
Era uma noite que não tem mais fim
Pois você sumiu no mundo
Sem me avisar
E agora eu era um louco a perguntar
O que é que a vida vai fazer de mim

Fonte do vídeo
sábado, 10 de janeiro de 2009

flor_vento  
                                                       Imagem da Internet

 
As coisas simples dizem-se depressa ; tão depressa
que nem conseguimos que as ouçam. As coisas
simples murmuram-se; um murmúrio
tão baixo que não chega aos ouvidos de ninguém.
As coisas simples escorrem pela prateleira
da loja; tão ao de leve que ninguém
as compra. As coisas simples flutuam com
o vento; tão alto, que não se vêm.

São assim as coisas simples: tão simples
como o sol que bate nos teus olhos, para
que os feches, e as coisas simples passem
como sombra sobre as tuas pálpebras.


[Tarde com sol - Nuno Júdice]

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

thais_gulin1
Imagem: LastFm

Thaís Gulin é cantora e compositora. Lançou seu primeiro disco em 2007.
Em 2008 foi indicada a cantora revelação no Prêmio Rival BR de Música Brasileira. Participou de homenagens a Edu Lobo (Programa Som Brasil, Rede Globo) e Cássia Eller (TV Cultura).
Considerada uma das grandes revelações musicais do ano por críticos das publicações Rolling Stone Brasil e Folha de São Paulo com seu CD de estréia, “Thaís Gulin”, lançado em 2007 [Fonte: LastFm]

Thais Gulin - 2007
thais_gulin

01 - Garoto de Aluguel (Taxi Boy)
(Zé Ramalho)
02 - Piano (Ofídico Fatídico)
(Iara Rennó e Anélis Assumpção)
03 - Lua Cheia
(Toquinho e Chico Buarque)
04 - Defeito 10: Cedotardar
(Tom Zé e Moacyr de Albuquerque)
05 - Bloco da Solidão
(Jair Amorim e Evaldo Gouveia)
06 - De Boteco em Boteco
(Nelson Sargento)
07 - Hino de Duran
(Chico Buarque)
08 - Cisco
(Zeca Baleiro e Carlos Careqa)
09 - Cinema Incompleto (Núpcias)
(Thais Gulin e Arrigo Barnabé)
10 - História de Fogo
(Otto e Alessandra Negrini)
11 - A Vida da Outra (Dela) ou Eu
(Thais Gulin e Rogério Guimarães)
12 - 78 rotações
(Jards Macalé e Capinam)

Ouça Bloco da Solidão >> AQUI

 escaravelho_rosa
                                                                                 imagem: Ni Ribeiro

Não sou como a abelha saqueadora que vai sugar o mel de uma flor, e depois de outra flor. Sou como o negro escaravelho que se enclausura no seio de uma única rosa e vive nela até que ela feche as pétalas sobre ele; e abafado neste aperto supremo, morre entre os braços da flor que elegeu.

[Roger Martin du Gard, in Os Thibault]

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

 green 
                                                    Imagem: William Whitaker


Quando olho para mim não me percebo.
Tenho tanto a mania de sentir
Que me extravio às vezes ao sair
Das próprias sensações que eu recebo.

O ar que respiro, este licor que bebo,
Pertencem ao meu modo de existir,
E eu nunca sei como hei de concluir
As sensações que a meu pesar concebo.

Nem nunca, propriamente reparei,
Se na verdade sinto o que sinto. Eu
Serei tal qual pareço em mim? Serei

Tal qual me julgo verdadeiramente?
Mesmo ante as sensações sou um pouco ateu,
Nem sei bem se sou eu quem em mim sente.

[Quando - Álvaro de Campos]
Heterônimo de Fernando Pessoa

nova_ortografia

DOWNLOAD >> AQUI


OBS.:
Como baixar arquivo no 4shared:
1. clica na palavra "AQUI" aí em cima
2. Na janela que abrir, clica no icone azul com a palavra "DOWNLOAD NOW"
3. Aguarde a contagem regressiva dos segundos
4. quando zerar a contagem vai aparecer esta frase:
"Click here to download this file " clica nela e salve seu arquivo no local desejado no seu pc.

Fonte

urca13 
                                                                            imagem da internet


Quantas coisas, que temos por certas ou justas, não são mais que os vestígios dos nossos sonhos, o sonambulismo da nossa incompreensão! Sabe acaso alguém o que é certo ou justo? Quantas coisas, que temos por belas, não são mais que o uso da época, a ficção do lugar e da hora?  Quantas coisas, que temos por nossas, não são mais que aquilo de que somos perfeitos espelhos, ou invólucros transparentes, alheios no sangue à raça da sua natureza!
Quanto mais medito na capacidade, que temos, de nos enganar, mais se me esvai entre os dedos lassos a areia fina das certezas desfeitas. E todo o mundo me surge, em momentos em que a meditação se me torna um sentimento, e com isso a mente se me obnubila, como uma névoa feita de sombra, um crepúsculo dos ângulos e das arestas, uma ficção do interlúdio, uma demora da antemanhã. Tudo se me transforma em um absoluto morto de ele mesmo, numa estagnação de pormenores. E os mesmos sentidos, com que transfiro a meditação para esquecê-la, são uma espécie de sono, qualquer coisa de remoto e de sequaz, interstício, diferença, acaso das sombras e da confusão.
Nesses momentos, em que compreenderia os ascetas e os retirados, se houvesse em mim poder de compreender os que se empenham em qualquer esforço com fins absolutos, ou em qualquer crença capaz de produzir um esforço, eu criaria, se pudesse, toda uma estética da desconsolação, uma rítmica íntima de balada de berço, coada pelas ternuras da noite em grandes afastamentos de outros lares.
Encontrei hoje em ruas, separadamente, dois amigos meus que se haviam zangado um com o outro. Cada um me contou a narrativa de porque se haviam zangado. Cada um me disse a verdade. Cada um me contou as suas razões. Ambos tinham razão. Ambos tinham toda a razão. Não era que um via uma coisa e o outro outra, ou que um via um lado das coisas e outro um lado diferente. Não: cada um via as coisas exatamente como se haviam passado, cada um as via com um critério idêntico ao do outro, mas cada um via uma coisa diferente, e cada um, portanto, tinha razão.
Fiquei confuso desta dupla existência da verdade.

Bernardo Soares - Livro do Desassossego
Heterônimo de Fernando Pessoa

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