segunda-feira, 23 de março de 2009


Música: Você, Você
Interprete: Chico Buarque
Autores: Chico Buarque e Guinga


Que roupa você veste, que anéis?
Por quem você se troca?
Que bicho feroz são seus cabelos
Que à noite você solta?
De que é que você brinca?
Que horas você volta?

Seu beijo nos meus olhos, seus pés
Que o chão sequer não tocam
A seda a roçar no quarto escuro
E a réstia sob a porta
Onde é que você some?
Que horas você volta?

Quem é essa voz?
Que assombração
Seu corpo carrega?
Terá um capuz?
Será o ladrão?
Que horas você chega?

Me sopre novamente as canções
Com que você me engana
Que blusa você, com o seu cheiro
Deixou na minha cama?
Você, quando não dorme
Quem é que você chama?

Pra quem você tem olhos azuis
E com as manhãs remoça
E à noite, pra quem
Você é uma luz
Debaixo da porta?
No sonho de quem
Você vai e vem
Com os cabelos
Que você solta?
Que horas, me diga que horas, me diga
Que horas você volta?

Fonte do vídeo

hora_silenciosa                                                                              imagem da internet

TARDE
VINICIUS DE MORAES
Rio de Janeiro, 1933


Na hora dolorosa e roxa das emoções silenciosas
Meu espírito te sentiu.
Ele te sentiu imensamente triste
Imensamente sem Deus
Na tragédia da carne desfeita.
Ele te quis, hora sem tempo
Porque tu eras a sua imagem, sem Deus e sem tempo.
Ele te amou
E te plasmou na visão da manhã e do dia
Na visão de todas as horas
Ó hora dolorosa e roxa das emoções silenciosas.

In Poesia Completa e Prosa

Liban_Yusuf_beyond 
                                                        imagem: Liban Yusuf

SE AS MINHAS MÃOS PUDESSEM DESFOLHAR A LUA
Federico Garcia Lorca


Eu pronuncio teu nome
nas noites escuras,
quando vêm os astros
beber na lua
e dormem nas ramagens
das frondes ocultas.
E eu me sinto oco
de paixão e de música.
Louco relógio que canta
mortas horas antigas.

Eu pronuncio teu nome,
nesta noite escura,
e teu nome me soa
mais distante que nunca.
Mais distante que todas as estrelas
e mais dolente que a mansa chuva.

Amar-te-ei como então
alguma vez? Que culpa
tem meu coração?
Se a névoa se esfuma,
que outra paixão me espera?
Será tranqüila e pura?
Se meus dedos pudessem
desfolhar a lua!

End. da imagem: www.imagekind.com

domingo, 22 de março de 2009

rosa_botao
                                                           imagem da internet

Texto: Odalisca Andróide
Frag. do texto Disco Voador de Fausto Fawcet

Eu estou sempre aqui, olhando pela janela. Não vejo arranhões no céu nem discos voadores.
Os céus estão explorados mas vazios. Existe um biombo de ossos perto daqui. Eu acho que estou meio sangrando. Eu já sei, não precisa me dizer. Eu sou um fragmento gótico. Eu sou um castelo projetado. Eu sou um slide no meio do deserto. Eu sempre quis ser isso mesmo. Uma adolescente nua, que nunca viu discos voadores, e que acaba capturada por um trovador de fala cinematográfica. Eu sempre quis isso mesmo: armar hieróglifos com pedaços de tudo, restos de filmes, gestos de rua, gravações de rádio, fragmentos de tv.
Mas eu sei que os meus lábios são transmutação de alguma coisa planetária. Quando eu beijo eu improviso mundos molhados. Aciono gametas guardados. Eu sou a transmutação de alguma coisa eletrônica. Uma notícia de saturno esquecida, uma pulseira de temperaturas, um manequim mutilado, uma odalisca andróide que tinha uma grande dor, que improvisou com restos de cinema e com seu amor, um disco voador.

Tocando em Frente
Interprete: Maria Bethânia
Autores: Almir Sater e Renato Teixeira

Ando devagar porque já tive pressa
Levo esse sorriso porque já chorei demais
Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe
Só levo a certeza de que muito pouco eu sei
Eu nada sei

Conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maçãs,
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir

Penso que cumprir a vida seja simplesmente
Compreender a marcha e ir tocando em frente
Como um velho boiadeiro levando a boiada
Eu vou tocando os dias pela longa estrada eu vou
Estrada eu sou

Conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maçãs,
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir

Todo mundo ama um dia, todo mundo chora,
Um dia a gente chega, no outro vai embora
Cada um de nós compõe a sua história
Cada ser em si carrega o dom de ser capaz
E ser feliz

Conhecer as manhas e as manhãs
O sabor das massas e das maçãs
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir

Ando devagar porque já tive pressa
E levo esse sorriso porque já chorei demais
Cada um de nós compõe a sua história,
Cada ser em si carrega o dom de ser capaz
E ser feliz

sábado, 21 de março de 2009

rosa_8                                                                              imagem da internet

SOU-ME
©Anderson Christofoletti

I

Sou-me.

No espaço fugaz
- infinita intensidade -
Entre o que fui
E o que serei,
Sou-me.

Com a cabeça
Entre as nuvens,
Os sonhos me atravessam.

Com os pés no chão
- destino necessário -
Atravesso meu tempo,
Minha realidade.

Com os olhos
Sobre a janela
O sol me amanhece
E o perfume das rosas
Me invade.
A criança sorri
E o amor reacende...

Sou-me,
Sendo tudo
Que posso ser
Dentro e fora
De mim.

II

O vento que
Afaga minha face
Frente à janela
É o som que já foi vento
E que será silêncio
Que se partirá com o
Som do vento
Que atravessará
A janela e afagará
Meu rosto.

Por hora,
Perpetua-se
O silêncio...

III

O pensamento
- eterna nascente -
Aflora em sonho,
Toma sua forma
Nos domínios da idéia
E desliza num passado
Sendo recapturado
Em memória
Até dissipar-se
Nas águas do esquecimento

IV

O sol,
As rosas,
As crianças,
O amor,
A janela,
A fresta,
O vento,
O som
Agora são silêncio
No espaço fugaz
E, nele,
Entre o que fui e o que serei,
Sou-me.

Fonte: http://andersonchristofoletti.blogspot.com

"A inclusão é a chave para a acessibilidade e para que tenhamos ainda mais estímulo para lutar para que as leis sejam cumpridas"

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País celebra Dia Internacional da Síndrome de Down

Com o tema Inclusão para a Autonomia foi celebrado neste sábado [21/03] o Dia Internacional da Síndrome de Down. A data, estabelecida pela Down Syndrome International, este ano coincide com os 50 anos da descoberta da alteração no cromossomo 21, responsável pela deficiência.

"O tema resume o que trabalhamos, esperamos e devemos oferecer aos nossos filhos e parentes com Síndrome de Down", explica a presidente da Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down, Cláudia Grabois.

Eventos comemorativos, coordenados pela entidade, foram realizados em quase todos os estados brasileiros. De acordo com Cláudia Grabois, cada associação, em parceria com outras entidades, ficou responsável pelas atividades da sua cidade. A programação está disponíveis no site da Federação.

Palestras, seminários, sessões solenes, pronunciamentos, caminhadas entre outras atividades foram realizadas para incentivar a autonomia dos portadores de Síndrome de Down. "A inclusão é a chave para a acessibilidade e para que tenhamos ainda mais estímulo para lutar para que as leis sejam cumpridas", afirmou.

Segundo resultados do Censo 2000 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), cerca de 14,5% da população brasileira (aproximadamente 24 milhões de pessoas) têm alguma deficiência física ou mental. Dentro deste grupo, estima-se que 300 mil pessoas nasceram com a Síndrome de Down.

Fontes:
do texto: http://www1.folha.uol.com.br
da imagem: http://www.metasocial.org.br

Anderson_Christofoletti_desenho_corpo    
                             Desenho de Anderson Christofoletti
 
AULA DE DESENHO
Maria Esther Maciel

Estou lá onde me invento e me faço:
De giz é meu traço. De aço, o papel.
Esboço uma face a régua e compasso:
É falsa. Desfaço o que fiz.
Retraço o retrato. Evoco o abstrato
Faço da sombra minha raiz.
Farta de mim, afasto-me
e constato: na arte ou na vida,
em carne, osso, lápis ou giz
onde estou não é sempre,
e o que sou é por um triz.
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