sexta-feira, 17 de abril de 2009


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Essa musica foi feita em homenagem a poetisa Alfonsina Storni.
Alfonsina perdeu seu filho, não aceitou o suicidio de seu melhor amigo (o poeta Horácio Quiroga) e um dia ela não hesitou: deixou um poema testamento, caminhou rumo ao mar aberto e entrou… Apareceu dias depois morta na praia de Perla, em Mar del Plata, onde hoje tem um busto em sua homenagem.

ALFONSINA E O MAR 
Composição: Félix Luna e Ariel Ramirez
Intérprete: Mercedes Sosa

Pela branda areia que lambe o mar
tua pequena pegada não volta mais.
Um atalho somente de castigo e silêncio
chegou até a água profunda.
Um atalho somente de castigos mudos
chegou até a espuma.

Sabe Deus que angustia te acompanhou;
Que antigas dores calou tua voz;
para dormir sussurrando no canto
das ondas marítimas!
A canção que cantam
no fundo escuro do mar, as ondas.

Vai, Alfonsina, com tua solidão:
que poemas novos fostes buscar?
Uma voz antiga de vento e de sal
te requebra na alma e a está levando.
E vás até lá como nos sonhos,
repousada, Alfonsina, vestida de mar.
Baixa-me a lâmpada um pouco mais (*)
Deixa-me que eu durma, ama, em paz.
E se chama ele, não diga que estou
Diga que Alfonsina não volta.

* correção feita nos comentários. 
quinta-feira, 16 de abril de 2009

Aqui a Oração cantada pelo Padre Fábio de Melo



Aqui a Oração Declamada com cenas do filme Clara e Francisco.



CÂNTICO DAS CRIATURAS
São Francisco de Assis

Altíssimo, onipotente, bom Senhor,
Teus são os louvores, a glória, a honra
E toda a benção. 
A Ti somente, Altíssimo, eles convém;
E nenhum homem é digno
De Ti imitar.
Louvado sejas, meu Senhor,
Com todas as tuas criaturas,
Especialmente o Senhor Irmão Sol,
Que clareia o dia
E com sua luz nos alumia.
E ele é belo e radiante
Com grande esplendor:
De ti, Altíssimo é a imagem.
Louvado sejas, meu Senhor,
Pela irmã Lua e as Estrelas,
Que no céu formaste claras
E preciosas e belas.
Louvado sejas, meu Senhor,
Pelo irmão Vento,
Pelo ar, ou nublado
Ou sereno, e todo o tempo
Pela qual às tuas criaturas dás sustento.
Louvado sejas, meu Senhor,
Pela irmã Água,
Que é mui útil e humilde
E preciosa e casta.
Louvado sejas, meu Senhor,
Pelo irmão Fogo
Pelo qual iluminas a noite
E ele é belo e jucundo
E vigoroso e forte.
Louvado sejas, meu Senhor,
Por nossa irmã a mãe Terra
Que nos sustenta e governa,
E produz frutos diversos
E coloridas flores e ervas.
Louvado sejas, meu Senhor,
Pelos que perdoam por teu amor,
E suportam enfermidades e tribulações.
Bem aventurados os que sustentam a paz,
Que por ti, Altíssimo, serão coroados.
Louvado sejas, meu Senhor,
Por nossa irmã a Morte corporal,
Da qual homem algum pode escapar.
Ai dos que morrerem em pecado mortal!
Felizes os que ela achar
Conformes á tua santíssima vontade,
Porque a morte segunda não lhes fará mal!
Louvai e bendizei a meu Senhor,
E dai-lhe graças,
E servi-o com grande humildade.

quarta-feira, 15 de abril de 2009
nas_ondas_6
                                      Foto: Clark Little

NAS ONDAS DO TEU CORPO
Manuel Neves


Nas ondas do teu corpo
descobri o sal do amor,
flutuei carícias de prazer,
mergulhei a minha vida.
Ao abraçar-te,
despi-me por inteiro,
só o sangue
seguiu meus movimentos
e o horizonte
abriu-se de todas as cores,
inundando de pássaros e florestas
um outro mundo
em que os sonhos corriam
como as águas dum porto tranqüilo
ou caindo pelos abismos duma cachoeira.
Nas ondas do tempo parado
dos dias esquecidos
por uma felicidade
maior do que tudo que sou,
encontrei-te
e os sonhos voaram
no teu corpo sentido,
no teu olhar desperto,
em nossas vidas unidas...


End. da imagem: clarklittlephotography.com

Claude_Theberge_A_Moment_of_Tenderness
                                                Imagem: Claude Theberge

PORQUE O AMOR APETECE
Eugénio de Andrade


Não canto porque sonho.
Canto porque és real.
Canto o teu olhar maduro,
teu sorriso puro,
a tua graça animal.

Canto porque sou homem.
Se não cantasse seria
mesmo bicho sadio
embriagado na alegria
da tua vinha sem vinho.

Canto porque o amor apetece.
Porque o feno amadurece
nos teus braços deslumbrados.
Porque o meu corpo estremece
ao vê-los nus e suados.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Música: Pedaço de Mim
Intérpretes: Zizi Possi e Chico Buarque
Composição: Chico Buarque

Oh, pedaço de mim
Oh, metade afastada de mim
Leva o teu olhar
Que a saudade é o pior tormento
É pior do que o esquecimento
É pior do que se entrevar
Oh, pedaço de mim
Oh, metade exilada de mim
Leva os teus sinais
Que a saudade dói como um barco
Que aos poucos descreve um arco
E evita atracar no cais
Oh, pedaço de mim
Oh, metade arrancada de mim
Leva o vulto teu
Que a saudade é o revés de um parto
A saudade é arrumar o quarto
Do filho que já morreu
Oh, pedaço de mim
Oh, metade amputada de mim
Leva o que há de ti
Que a saudade dói latejada
É assim como uma fisgada
No membro que já perdi
Oh, pedaço de mim
Oh, metade adorada de mim
Lava os olhos meus
Que a saudade é o pior castigo
E eu não quero levar comigo
A mortalha do amor
Adeus

domingo, 5 de abril de 2009


As Rosas nao falam 
Cartola  
The Dead Rocks


Fonte do vídeo

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Uma saga familiar caracterizada pela decadência social e econômica, tendo como pano de fundo a história do Brasil dos últimos dois séculos.
Já nas livrarias

leitederramado 
Para saber mais visite o site
www.leitederramado.com.br

risada


MONÓLOGO
Barão de Itararé

- Eu tinha doze garrafas de uísque na minha adega e minha mulher me disse para despejar todas na pia, porque SENÃOO...
- Assim seja! Seja feita a vossa vontade, disse eu, humildemente.
E comecei a desempenhar, com religiosa obediência, a minha ingrata tarefa.
- Tirei a rolha da primeira garrafa e despejei o seu conteúdo na pia, com exceção de um copo, que bebi.
- Extraí a rolha da segunda garrafa e procedi da mesma maneira, com exceção de um copo, que virei.
- Arranquei a rolha da terceira garrafa e despejei o uísque na pia, com exceção de um copo, que empinei.
- Puxei a pia da quarta rolha e despejei o copo na garrafa, que bebi.
- Apanhei a quinta rolha da pia, despejei o copo no resto e bebi a garrafa, por exceção.
- Agarrei o copo da sexta pia, puxei o uísque e bebi a garrafa, com exceção da rolha.
- Tirei a rolha seguinte, despejei a pia dentro da garrafa, arrolhei o copo e bebi por exceção.
- Quando esvaziei todas as garrafas, menos duas, que escondi atrás do banheiro, para lavar a boca amanhã cedo, resolvi conferir o serviço que tinha feito, de acordo com as ordens da minha mulher, a quem não gosto de contrariar, pelo mau gênio que tem.
- Segurei então a casa com uma mão e com a outra contei direitinho as garrafas, rolhas, copos e pias, que eram exatamente trinta e nove. Quando a casa passou mais uma vez pela minha frente, aproveitei para recontar tudo e deu noventa e três, o que confere, já que todas as coisas no momento estão ao contrário.
- Para maior segurança, vou conferir tudo mais uma vez, contando todas as pias, rolhas, banheiros, copos, casas e garrafas, menos aquelas duas que escondi e acho que não vão chegar até amanhã, porque estou com uma sede louca!


Barão de Itararé foi como se auto-intitulou o jornalista gaúcho Apparício Torelli (1895-1971), pai do humorismo brasileiro - aí incluídos herdeiros diretos como O Pasquim  e Casseta & Planeta.

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