sexta-feira, 12 de junho de 2009

Vem! Me acarinha, me namora...

Claude_Theberge_The_Rain_Shower
                                            Claude Theberge

VEM
Rosany Costa

Vem! Antes que o tempo passe...
Que nós passemos,
E nos acostumemos!
E um belo dia, apenas constatemos...

Vem! Me acarinha, me namora...
Me diz que não houve demora;
Que pra quem ama não há hora,
Tempo, norma ou forma!

Vem! Afoga minha sede,
Aplaca minha urgência,
Bane essa complacência!

Vem! Compactua com meu desejo,
Que nas sombras se esgueira
E me faz quase implorar por teu beijo...

Vem sem mais demora...

Registro na BN 370.009
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Michael_and_Inessa_Garmash_onthebridge
                  Michael and Inessa Garmash

TEMPO DE PARTIDA
Henrique Chaudon

Esparsos pelo vento
os dias, horas, pensamentos.
É tempo, eu sei, há muito, de partida.
Ir pelos jardins de sol e chuva
em procura paciente, silenciosa busca
entre musgo e saibro, espinho e flor.

Pois quem sabe o pó da estrada
nas sandálias gastas e feridas
não pede ao pão mais do que trigo
nem à paisagem alheia senão paz.

Porque é tempo, há muito, de partida
e nas pousadas dormem insensatos homens,
irei só, e já.
O vento que passou levando a vida,
a vida deixa esparsa no caminho.
Por isso eu vou.

E porque é tempo, há muito, de partida.
quarta-feira, 10 de junho de 2009


Ave Maria
J.S. Bach/Gounod
Linda Brava


tempestadenaalma  
                                       Imagem da internet pelo Google

ABSOLUTA
Cristina Garcia Lopes 

é essa tempestade
que não vem
que se arma oculta
sobre nós
ano após ano

essa tempestade
que dorme comigo
que mora em meu ventre
ansioso
dia após dia

não quer a tempestade
se precipitar de vez
se desatar
no céu
um laço de ferro
sobre a terra
invertida

é essa tempestade
que não vem.
terça-feira, 9 de junho de 2009
 Steven_Quartlymorning-glance
                               Imagem: Steven Quartly

NASCIMENTO DO POEMA
Dora Ferreira da Silva 

É preciso que venha de longe
do vento mais antigo
ou da morte
é preciso que venha impreciso
inesperado como a rosa
ou como o riso
o poema inecessário.
É preciso que ferido de amor
entre pombos
ou nas mansas colinas
que o ódio afaga
ele venha
sob o látego da insônia
morto e preservado.
E então desperta
para o rito da forma
lúcida
tranqüila:
senhor do duplo reino
coroado
de sóis e luas.
segunda-feira, 8 de junho de 2009
Steven_Quartly_true_love
                                        Steven Quartly

PORQUE É QUE ESTE SONHO ABSURDO
José Gomes Ferreira 

Porque é que este sonho absurdo
a que chamam realidade
não me obedece como os outros
que trago na cabeça?

Eis a grande raiva!
Misturem-na com rosas
e chamem-lhe vida.
Os_amantes_pablo_picasso  
                              Pablo Picasso

VOZ ATIVA
Miguel Torga

Canta, poeta, canta!
Violenta o silêncio conformado.
Cega com outra luz a luz do dia.
Desassossega o mundo sossegado.
Ensina a cada alma a sua rebeldia.

 ÁLIBI
Composição: Djavan
Intérprete: Maria Bethânia

Havia mais que um desejo
A força do beijo
Por mais que vadia
Não sacia mais
Meus olhos lacrimejam seu corpo
Exposto à mentira do calor da ira
Do afã de um desejo que não contraíra
No amor, a tortura está por um triz
Mas a gente atura e até se mostra feliz
Quando se tem o álibi
De ter nascido ávido
E convivido inválido
Mesmo sem ter havido.

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