terça-feira, 30 de junho de 2009
Do_Suor_Do_Meu_Rosto_Arlete_Marques 
                                                                        Arlete Marques

GRITO DE ALMA
Rui de Noronha 

Vem de séculos, alma, essa orgulhosa casta,
repudiando a dor, tripudiando a lei.
Num gesto de altivez que em onda leva e arrasta
inteiras gerações de amaldiçoada grei.

Ir procurar, Amor, nessa altivez madrasta,
ou gesto de carinho ou de brandura, eu sei?
Ao tigre dos juncais, de uma crueza vasta,
quem há que roube a presa? Aponta-me e eu irei!

Cruel destino o meu, que ao meu caminho trouxe,
na fulgurante luz do teu olhar tão doce,
a mágoa minha, eterna, a minha eterna dor.

Vai, segue o teu destino! A onda quer-te e passa.
Vai com ela cantar o orgulho de tua raça,
que eu ficarei cantando o nosso eterno amor.


SOBRE O AUTOR:
Rui de Noronha (1909-1943), de Moçambique - África
Embora sonetista, "a crítica", conforme escreveu J. G. de Araújo Jorge -"o considera um dos precursores da moderna poesia em sua pátria".
Publicou apenas um livro, a que deu o simples nome de "Sonetos'.
segunda-feira, 29 de junho de 2009

Este texto circula pela Internet e por email como sendo de Fernando Pessoa. É de autoria da SILVANA DUBOC e tem registro na Biblioteca Nacional:

Registrada na Fundação Biblioteca Nacional
Ministério da Cultura - Escritório de Direitos Autorais
Rua da Imprensa 16 - sala 1205 - Centro - Rio de Janeiro
Registro - 309.788
Livro - 564
Folha - 448


NAVEGUE - Silvana Duboc

Navegue,
descubra tesouros, mas não os tire do fundo do mar,
o lugar deles é lá.

Admire a lua,
sonhe com ela, mas não queira trazê-la para a terra.

Curta o sol,
se deixe acariciar por ele,
mas lembre-se que o seu calor é para todos.

Sonhe com as estrelas,
apenas sonhe, elas só podem brilhar no céu.

Não tente deter o vento,
ele precisa correr por toda parte,
ele tem pressa de chegar sabe-se lá onde.

Não apare a chuva,
ela quer cair e molhar muitos rostos,
não pode molhar só o seu.

As lágrimas? 
Não as seque, elas precisam correr na minha,
na sua, em todas as faces.

O sorriso!  
Esse você deve segurar, não deixe-o ir embora, agarre-o!

Quem você ama?
Guarde dentro de um porta-jóias, tranque, perca a chave!
Quem você ama é a maior jóia que você possui,
a mais valiosa.

Não importa se a estação do ano muda,
se o século vira,
se o milênio é outro, se a idade aumenta;
conserve a vontade de viver,
não se chega à parte alguma sem ela,

Abra todas as janelas
que encontrar, e as portas também.

Persiga um sonho,
mas não deixe ele viver sozinho.

Alimente sua alma
com amor, cure suas feridas com carinho.

Descubra-se todos os dias,
deixe-se levar pelas vontades,
mas não enlouqueça por elas.

Procure,
sempre procure o fim de uma história, seja ela qual for.

Dê um sorriso
para quem esqueceu como se faz isso.

Acelere seus pensamentos,
mas não permita que eles te consumam.

Olhe para o lado,
alguém precisa de você.

Abasteça seu coração de fé,
não a perca nunca.

Mergulhe de cabeça
nos seus desejos, e satisfaça-os.

Agonize de dor
por um amigo,
só saia dessa agonia se conseguir tirá-lo também.

Procure os seus caminhos,
mas não magoe ninguém nessa procura.

Arrependa-se,
volte atrás, peça perdão!

Não se acostume
com o que não o faz feliz,
revolte-se quando julgar necessário.

Alague
seu coração de esperanças,
mas não deixe que ele se afogue nelas.

Se achar
que precisa voltar, volte!

Se perceber
que precisa seguir, siga!

Se estiver tudo errado,
comece novamente.

Se estiver tudo certo,
continue.

Se sentir saudades,
mate-a.

Se perder um amor,
não se perca! 
Se achá-lo, segure-o!

Caso sinta-se só,
olhe para as estrelas: eu sempre estarei nelas.

Não estão ao seu alcance
mas estarão eternamente brilhando para você!

domingo, 28 de junho de 2009
Claude_Theberge_ Foulard_Magenta
                                   Claude Theberge
CANÇÃO GRATA
Carlos Queiróz

Por tudo que me deste:
- Inquietação, cuidado,
(Um pouco de ternura? É certo, mas tão pouco!)
Noites de insônia, pelas ruas, como um louco...
- Obrigado, obrigado!

Por aquela tão doce e tão breve ilusão,
(Embora nunca mais, depois que a vi desfeita,
Eu volte a ser quem fui), sem ironia: aceita
A minha gratidão!

Que bem me faz, agora, o mal que me fizeste!
- Mais forte, mais sereno, e livre, e descuidado.
Sem ironia, amor: - Obrigado, obrigado
Por tudo o que me deste!

Fonte:
José Carlos Queirós Nunes Ribeiro (n. Lisboa 5 Abr 1907; m. 27 Out 1949), in 366 poemas que falam de amor, uma antologia organizada por Vasco Graça Moura, Quetzal Editores, 2ª. Edição, Lisboa 2004.
sábado, 27 de junho de 2009

 escrevendo_poemas 
                                      imagem da internet via Google


ARTE-FINAL
Affonso Romano de Sant’Anna

Não basta um grande amor
para fazer poemas.
E o amor dos artistas, não se enganem,
não é mais belo
que o amor da gente.
O grande amante é aquele que silente
se aplica a escrever com o corpo
o que seu corpo deseja e sente.
Uma coisa é a letra,
e outra o ato,
quem toma uma por outra
confunde e mente.

LEIA  MAIS DE AFFONSO ROMANO DE SANT’ANNA
http://www.avozdapoesia.com.br/affonsoromano

A distância que você consegue percorrer na vida depende da sua ternura para com os jovens, compaixão pelos idosos, solidariedade com os esforçados e tolerância para com os fracos e os fortes, porque chegará o dia em que você terá sido todos eles.
[George Washington]

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Blogagem coletiva: 26 de junho de 2009
– Dia Internacional do Combate às Drogas

combateasdrogas

Campanha do Blog:
http://cd-ladob.blogspot.com

26 de junho é o Dia Internacional de Combate contra o uso Drogas e o Tráfico. Este dia foi instituído pela Assembléia Geral das Nações Unidas em 1987, e serve com um lembrete da meta de acordo entre os Estados-Membros das nações Unidas, para criar uma sociedade internacional na qual não haja desvio de drogas.

O Escritório das Nações Unidas Sobre Drogas e Crimes (UNODC), escolhe um tema para cada ano, pelo lançamento da campanha, para educar o público sobre o mundo das drogas. O slogan da campanha entre 2007 e 2009 é "Drogas: Quem controla a sua vida?"

Polícia Civil faz balanço das operações no Dia Internacional de Combate às Drogas (Vídeo Bom Dia PE)

jenedy_paige_Water_s_Edge 
                                   Jenedy Paige

RECADO À ALMA GÊMEA
Asta Vonzodas 


É quase finda a viagem,
sinto no morno do sol de outono
quando observo, no céu,
as nuvens vadias.

Perdoa, meu amor,
se não te encontrei ou te perdi.

Ah! Como eu queria que estivesses aqui!

Na próxima viagem, prometo:

Não vou me deter em canteiros de flores,
que só florescem nas primaveras.
Espero por ti, no caminho, em algum ponto.

E então, juntos, seguiremos
contando estrelas.
quarta-feira, 24 de junho de 2009

verissimo
                    Imagem: Publius Vergilius/Ed. Globo

Circulando pela internet como sendo de LUIS FERNANDO VERISSIMO.

DESMENTIDO PELO PRÓPRIO VERISSIMO:

“Fquei mal com os goianos depois que um texto com meu nome circulou por aí criticando a música sertaneja e tudo o que vinha de Goiás. Houve outro, sobre dor de barriga, escatológico mas inofensivo”. (Revista Época)

“Um, que circulou bastante, comparava duplas sertanejas com drogas e aconselhava o leitor a evitar qualquer cantor saído de Goiânia, o que me valeu muita correspondência indignada. Outro era sobre uma dor de barriga desastrosa, que muitos acharam nojento ou, pior, sensacional. (Jornal Zero Hora 24/3/2005)

O TEXTO:

UM DIA DE MERDA
ATÉ O MOMENTO SEM IDENTIFICAÇÃO DE AUTORIA

O que é um PEIDO para quem está todo CAGADO?

Aeroporto Santos Dumont, 15:30.

Senti um pequeno mal-estar causado por uma cólica intestinal, mas nada que uma urinada ou uma barrigada não aliviasse. Mas, atrasado  para chegar ao ônibus que me levaria para o Galeão, de onde partiria o vôo para Miami, resolvi segurar as pontas.

Afinal de contas são só uns 15 minutos de busão..

'Chegando lá, tenho tempo de sobra para dar aquela mijadinha esperta, tranqüilo, o avião só sairía às 16:30'.

Entrando no ônibus, sem sanitários. Senti a primeira contração e tomei consciência de que minha gravidez  fecal chegara ao nono mês e que faria um parto de cócoras assim que entrasse no banheiro do aeroporto.

Virei para o meu amigo que me acompanhava e, sutil falei:

'Cara, mal posso esperar para chegar na merda do aeroporto porque preciso largar um barro.'

'Nesse momento, senti um urubu beliscando minha cueca, mas  botei a força de vontade para trabalhar e segurei a onda.'

O ônibus nem tinha começado a andar quando, para meu desespero, uma voz disse pelo alto falante: 'Senhoras e senhores, nossa viagem entre os dois aeroportos levará em torno de 1hora, devido a obras na pista.'

Aí o urubu ficou maluco querendo sair a qualquer custo. Fiz um esforço hercúleo para segurar o trem merda que estava para chegar na  estação anus a qualquer momento.

Suava em bicas. Meu amigo percebeu e, como bom amigo que era, aproveitou para tirar um sarro.

O alívio provisório veio em forma de bolhas estomacais,
indicando que pelo menos por enquanto as coisas tinham se acomodado.

Tentava me distrair vendo TV, mas só conseguia pensar em um banheiro, não com uma privada, mas com um vaso sanitário tão branco e tão limpo que alguém poderia botar seu almoço nele. E o papel higiênico então: branco e macio, com textura e perfume e, ops, senti um volume almofadado entre meu traseiro e o assento do ônibus e  percebi, consternado, que havia cagado.
Um cocô sólido e comprido daqueles que dão orgulho de pai ao seu autor.

Daqueles que dá vontade de ligar pros amigos e parentes e convidá-los a apreciar na privada.

Tão perfeita obra, dava pra expor em uma bienal.

Mas sem dúvida, a situação tava tensa. Olhei para o meu amigo, procurando um pouco de piedade, e confessei sério:

'Cara, caguei!'

Quando meu amigo parou de rir, uns cinco minutos depois, aconselhou-me a relaxar, pois agora estava tudo sob controle.

'Que se dane, me limpo no aeroporto', pensei..

'Pior que isso não fico'.

Mal o ônibus entrou em movimento, a cólica recomeçou
forte. Arregalei os olhos, segurei-me na cadeira mas não pude evitar, e sem muita cerimônia ou anunciação, veio a segunda leva de merda.

Desta vez, como uma pasta morna. Foi merda para tudo que é lado, borrando, esquentando e melando a bunda, cueca, barra da camisa, pernas, panturrilha, calças, meias e pés.

E mais uma cólica anunciando mais merda, agora líqüida, das que queimam o fiofó do freguês ao sair rumo a liberdade.
E depois um peido tipo bufa, que eu nem tentei segurar. Afinal de contas, o que era um peidinho para quem já estava todo cagado...

Já o peido seguinte, foi do tipo que pesa. E me caguei pela quarta vez. Lembrei de um amigo que certa vez estava com tanta caganeira que resolveu botar modess na cueca, mas colocou as linhas adesivas viradas para cima e quando foi tirá-lo levou metade dos pêlos do rabo junto.
Mas era tarde demais para tal artifício absorvente.
Tinha menstruado tanta merda que nem uma bomba de cisterna poderia me ajudar a limpar a sujeirada.

Finalmente cheguei ao aeroporto e saindo apressado com passos curtinhos, supliquei ao meu amigo que apanhasse minha mala no bagageiro do ônibus e a levasse ao sanitário do aeroporto para que eu pudesse trocar de roupas.
Corri ao banheiro e entrando de boxe em boxe, constatei falta de papel higiênico em todos os cinco.

Olhei para cima e blasfemei: 'Agora chega, né?'

Entrei no último, sem papel mesmo, e tirei a roupa toda para analisar minha situação (que concluí como sendo o fundo do poço) e esperar pela minha salvação, com roupas limpinhas e cheirosinhas e com ela uma lufada de dignidade no meu dia.

Meu amigo entrou no banheiro com pressa, tinha feito o
'check-in' e ia correndo tentar segurar o vôo.
Jogou por cima do boxe o cartão de embarque e uma maleta de mão e saiu antes de qualquer protesto de minha parte. 'Ele tinha despachado a mala com roupas'.
Na mala de mão só tinha um pulôver de gola 'V'.

A temperatura em Miami era de aproximadamente 35 graus.

Desesperado comecei a analisar quais de minhas roupas seriam, de algum modo, aproveitáveis.
Minha cueca, joguei no lixo. A camisa era  história.
As calças estavam deploráveis e assim como minhas meias  mudaram de cor tingidas pela merda. Meus sapatos estavam nota  3, numa  escala de 1a 10.
Teria que improvisar.
A invenção é mãe da  necessidade, então transformei uma simples privada em uma magnífica  máquina de lavar.
Virei a calça do lado avesso, segurei-a pela barra, e mergulhei a parte atingida na água. Comecei a dar descarga até que o grosso da merda se desprendeu. Estava pronto para embarcar.

Saí do banheiro e atravessei o aeroporto em direção ao
portão de embarque trajando sapatos sem meias, as calças do lado avesso e  molhadas da cintura ao joelho (não exatamente limpas) e o  pulôver  gola 'V', sem camisa.

Mas caminhava com a dignidade de um lorde.

Embarquei no avião, onde todos os passageiros estavam
esperando o  'RAPAZ QUE ESTAVA NO BANHEIRO' e atravessei todo o corredor  até o meu  assento, ao lado do meu amigo que sorria.

A aeromoça aproximou-se e perguntou se precisava de algo.

Eu cheguei a pensar em pedir 120 toalhinhas perfumadas para  disfarçar o cheiro de fossa transbordante e uma gilete para cortar os pulsos,  mas decidi não pedir:

'Nada, obrigado.'

Eu só queria esquecer este dia de merda. Um dia de merda...

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