terça-feira, 6 de outubro de 2009
OldWomanoftheSealo
Imagem da Internet by Bing(*)
A VELHA
Adriano Espínola

Esculpida em silêncio
sentada e sábia,
fita o horizonte da mágoa.

Ao seu lado,
o mar murmura
as sílabas do ocaso.
Ó beleza antiga e súbita:
sobre o seu ombro
o instante se debruça
iluminado. 

Adriano Espínola, poeta nascido em Fortaleza (CE) em 1952. É professor de Literatura Brasileira na Universidade Federal do Ceará.
(*) Fonte da imagem:
sci.sdsu.edu/salton/TheOldWomanand%20theSea.html
(com a ajuda prestimosa do amigo Bert Bomb)
domingo, 4 de outubro de 2009

mercedes_sosa                            Foto by Google

A cantora argentina Mercedes Sosa, de 74 anos, morreu neste domingo (4)  em Buenos Aires, segundo o hospital em que ela estava internada.

Ela morreu em consequência de uma doença hepática complicada por problemas respiratórios.

Sosa foi uma das intérpretes mais conhecidas da música regional latino-americana, e uma das artistas mais famosas na Argentina depois de Carlos Gardel e Astor Piazzolla.

Ela havia sido internada em 18 de setembro, depois de ter sofrido uma complicação renal, mas seu estado piorou nos últimos dias por causa de uma falha cardiorrespiratória.

Nascida na cidade de San Miguel de Tucumán em 1935, Sosa teve uma atuação marcante durante a ditadura militar argentina, entre 1976 e 1983 e acabou exilada na Europa.

Apelidada carinhosamente de "La Negra", por sua ascendência que misturava índio e francês, ela ficou fora de cena por algum tempo anos atrás por um problema de saúde, mas retornou em 2005.

Neste ano, ela lançou um disco em dois volumes denominado "Cantora", em que canta em parceria com artistas como Joan Manuel Serrat, Caetano Veloso e Shakira, razão pela qual estava indicada a três prêmios Grammy Latino.

Fonte: Do G1, com agências internacionais

Algumas das canções inesquecíveis de Mercedes Sosa

Gracias a la Vida
Comp.: Violeta Parra

Todo Cambia
Comp.: Julio Numhauser

 

Solo le pido a Dios
Comp.: Leon Gieco

Volver a los 17
Comp.: Violeta Parra
Mercedes Sosa con Caetano Veloso ,Gal Costa, Chico Buarque e Milton Nascimento (1986).

sexta-feira, 2 de outubro de 2009
Aleksei_Tivetsky_rondo_venezia 
                          Pintura de Aleksei Tivetsky
TUA FALA
Everardo Norões
 
Tua fala parecia
uma rede de varandas,
branca,
no meio da sala.

(Uma coisa que envolve
e, ao mesmo tempo, se esquiva):
gesto seco de uma chama,
morrendo,
e sempre mais viva.

Era assim, tua palavra:
escorreita, sem medida.
Falas como pés descalços,
presos à relva macia.
Ou um cheiro de curral
quando a manhã principia.

(Tua fala parecia
a rede, toda bordada,
onde a noite amanhecia). 

In A Rua do Padre Inglês, 2006
Everardo Norões, nasceu no Crato, Ceará,
é economista, poeta e crítico literário.
quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Carrie_Graber_let's_dance
                                Carrie Graber

LIMITES DO AMOR
Affonso Romano de Sant'Anna

Condenado estou a te amar
nos meus limites
até que exausta e mais querendo
um amor total, livre das cercas,
te despeça de mim, sofrida,
na direção de outro amor
que pensas ser total e total será
nos seus limites da vida.

O amor não se mede
pela liberdade de se expor nas praças
e bares, em empecilho.
É claro que isto é bom e, às vezes,
sublime.
Mas se ama também de outra forma, incerta,
e este o mistério:

- ilimitado o amor às vezes se limita,
proibido é que o amor às vezes se liberta.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009
estrelas5
                                                  imagem by Google
NOTURNOS
Octávio Paz

Sou homem: duro pouco...
e é enorme a noite.
Mas olho para cima:
as estrelas escrevem.
Sem entender compreendo:
Também sou escritura
e neste mesmo instante
alguém me soletra. 

Octávio Paz nasceu na Cidade do México em 1914
Em 1990 obteve o prêmio Nobel de Literatura.
Morre na Cidade do México, em abril de 1998
sábado, 26 de setembro de 2009
 amor_saudade
                                                   imagem by Google
 
AS DUAS SOMBRAS: AMOR E SAUDADE
Zelisa Camargo

 
Na encruzilhada silenciosa do destino,
quando as estrelas se multiplicaram,
duas sombras errantes se encontraram.
A primeira falou:
- Nasci de um beijo de luz, sou força, vida,
alma e esplendor...
Trago em mim toda a sede do desejo,
Toda a ânsia do Universo.
Eu sou o Amor!
O Mundo sinto enxágüe em meus pés!
Sou delírio, loucura...
E tu, quem és?
A segunda:
- Eu nasci de uma lágrima.
Sou flama do teu incêndio que devora.
Vivo dos olhos tristes de quem ama,
para os olhos nevoentos de quem chora.
Dizem que vim ao mundo para ser boa,
para dar do meu sangue a quem queira.
Sou a Saudade, a tua companheira,
que punge, que consola e que perdoa...
Na encruzilhada silenciosa do Destino,
as duas sombras comovidas se abraçaram,
e, desde então, o Amor e a Saudade
nunca mais se separaram.

muriloconstantino_istoe                                                  Foto: Murilo Constantino Isto É

O dia em que Mindlin quebrou
Um dos maiores empreendedores do País, e apaixonado por livros, levou à ruína justamente uma livraria de obras raras
Por Tom Cardoso

Anos 40, centro de São Paulo. A cena ocorria quase todos os dias na Parthenon, livraria de obras raras instalada próximo à avenida São Luís. O cliente, ao comprar um livro, recebia de imediato a seguinte proposta de um dos três sócios da loja: "Se o senhor não gostar do livro, ou quiser devolvê-lo depois de ler, volte aqui que eu pago o dobro." Não é preciso dizer que a livraria foi à falência rapidamente, ao contrário de seu excêntrico dono, que, em poucos anos, se tornaria um próspero empresário. José Mindlin não ficou rico comercializando livros, nem poderia: continuou resistindo a vendêlos até se tornar o maior bibliófilo do País, com cerca de 40 mil títulos.

A fortuna veio com a venda de outra mercadoria pela qual ele não corria o risco de exercer qualquer tipo de afeição: pistões para automóveis.
Mindlin não entendia bulhufas de pistões - mas com eles criou a maior empresa de autopeças do Brasil nas décadas de 70 e 80. Mindlin amava (e ama) os livros, mas com eles levou à bancarrota sua pequena livraria. Espirituoso, o bibliófilo de 95 anos começou sua entrevista à DINHEIRO, concedida no confortável casarão no bairro do Brooklin, zona sul de São Paulo, revelando, sem qualquer cerimônia, o seu epitáfio: "José Mindlin: fabricou pistões a maior parte da vida sem saber do que se tratava".

Ele se diverte mesmo ao lembrar dos tempos de livreiro no centro de São Paulo. Conta que Jacques Bloch, seu amigo e atacadista de sucesso, aceitou investir 300 contos de réis, fortuna incalculável na época, para Mindlin e seu outro sócio, Cláudio Blum, comprarem livros raros na Europa, aproveitando os baixos preços do pós-guerra. O acervo de três mil livros emperrou pela já conhecida resistência de Mindlin em vendêlos. "Qualquer outro sócio teria me condenado à morte, mas o Bloch sabia que minha paixão pelos livros estava acima de qualquer ambição financeira", diz. As portas da livraria se abriram em 1946.

Cinco anos depois, com as contas no vermelho, o negócio foi transferido para o então gerente da casa e Mindlin deixou de ter qualquer vínculo com a Pathernon.
A questão é: a paixão de Mindlin pelos livros prejudicou o negócio? Economista da FEA/USP, há mais de 25 anos realizando estudos sobre empreendedores, Silvio Aparecido dos Santos não acredita nisso. "Mindlin aproveitou as conjunturas econômicas da época. Mindlin soube deixar ambos os negócios no momento certo: a Parthenon, antes de arruinar por completo os sócios, e a Metal Leve, antes da chegada dos grandes concorrentes. É um homem sensato", afirma Santos. Pedro Herz, proprietário da Livraria Cultura, rede de livrarias com mais de dois milhões de títulos em seu catálogo, é apaixonado por livros e, ao mesmo tempo, vendedor voraz.

"Sem paixão eu não iria tão longe. No caso do Mindlin é mais complicado. Não saberia definir em uma frase o que esse homem sente pelos seus livros."
Curiosamente, esse sentimento em relação à literatura ajudou na consolidação da Metal Leve. Mindlin era o responsável por negociar, no Rio de Janeiro, a liberação de guias de importação de matéria-prima.

Trabalho que costumava ser menos penoso desde que o empresário aceitasse pagar propina aos fiscais para "acelerar a liberação". Incorruptível, Mindlin vencia os fiscais, obrigados a conceder a licença de qualquer jeito, pelo cansaço. "O que eu precisava era mesmo de tempo livre para ler os meus livros. Nessas repartições, à espera das licenças, eu li a obra inteira de (Honoré de) Balzac", lembra. Ele também afirma que contou com uma boa dose de sorte. A Metal Leve, fundada com outros quatro sócios, surgiu no começo dos anos 50, na esteira do desenvolvimento da indústria automobilística e chegou a empregar seis mil funcionários e ter filiais no Exterior.
Quando decidiu vender as ações da empresa, em 1996, por causa da abertura do mercado brasileiro, Mindlin era um homem realizado: havia alcançado a independência financeira por um acaso do destino. E melhor, sem precisar vender um só livro.

Fonte:
http://www.terra.com.br/istoedinheiro/edicoes/625/artigo152663-1.htm

michaeljackson
                  imagem do google

POETA
Antonio Calloni 


para Michael Jackson

 
It's close to midnight
perto da meia-noite
a gargalhada final
crava
na memória do mundo
um desespero sem cor
de vida e morte
It's close to midnight
perto da meia-noite
um rosto fabricado canta
em todas as línguas
a eterna infância
canta entre mortos-vivos
dançam
querendo espantar o fim
cantam
It's close to midnight
perto da meia-noite
ninguém irá te salvar da besta
homens lutam
pela própria vida
and hope that this is just imagination
e o poeta transforma
a imaginação
em algo que possa
ser visto
...tira tudo de si...
o poeta está lutando
pela sua vida
envolto em conto sombrio
inside a killer
...tira tudo de si...
e espalha o gauche
o espanto
a desordem
inside a killer
a razão pura
fracassa
porque o escriba
fala
vive para sempre
e o cantor de todas as cores
canta para sempre
de dentro da vida
inside a killer
thriller night
...tira tudo de si...
com uma história
de medo
para a conquista
da mulher
da criação
da terra
it's close to midnight
é perto da meia-noite
uma criança original
negra ou branca
(it don't matter)
sorri
além da alegria
e da tristeza
embalada
por música
por desejo
por sonho
it's close to midnight
e a música faz
de cada minuto
todo o silêncio
Leia mais Antonio Calonni >> AQUI
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