sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Edvard_Munch 
                                                                   Edvard Munch

“O ciúme é aquela dor que dá quando percebemos que a pessoa amada pode ser feliz sem a gente”
(Rubens Alves)

"Meu Senhor, livrai-me do ciúme! É um monstro de olhos verdes, que escarnece do próprio pasto que o alimenta. Quão felizardo é o enganado que, cônscio de o ser, não ama a sua infiel! Mas que torturas infernais padece o homem que, amando, duvida, e, suspeitando, adora." (William Shakespeare)

A suspeita e o ciúme são como venenos empregados na medicina: se pouco, salva; se muito, mata.
(Antonio Perez)

"Os ciumentos não precisam de motivo para ter ciúme. São ciumentos porque são. O ciúme é um monstro que a si mesmo se gera e de si mesmo nasce."
(William Shakespeare)

"De todas as enfermidades que acometem o espírito, o ciúme é aquela a qual tudo serve de alimento e nada serve de remédio."
(Michel de Montaigne)

"Para que um bom relacionamento continuar e seja agradável, é preciso não apenas suspeitar prudentemente como ocultar discretamente a suspeita."
(Stendhal)

"No banquete do amor, o ciúme é o saleiro, que ao querer verdadeiro empresta vivo sabor. Advirta-se porém ser erro temperar em demasia. O ciúme, por ser só sal um retrato, se posto demais no prato, não tempera, antes maltrata."
(Tirso de Molina)

"É próprio da condição do ciumento enxergar como sendo maiores e mais valiosas, aos olhos da amada, as qualidades do seu rival."
(Miguel de Cervantes)

"O ciúme da mulher, de quem se espera amor, é uma revelação agradável, ainda mesmo que valha pouco para a felicidade do coração."
(Camilo Castelo Branco)

quarta-feira, 14 de outubro de 2009
Se essa votação lhe interessa, pressione o seu representante no Congresso Nacional.
Uma caravana de artistas e músicos desembarca dia 21 em Brasília. É quarta-feira que vem a votação na Câmara da PEC da Música, que dá imunidade tributária às gravações de canções e videoclipes. Autor do projeto, o deputado Otavio Leite (PSDB-RJ) prevê queda de 25% no preço de CDs: “Se passar, será um golpe na pirataria”.

Fonte: Jornal O Globo
14/10/2009, Coluna Negócios & cia

O QUE É O PEC

Depois de dois anos e diversas audiências públicas, a PEC 98/07 (Proposta de Emenda à Constituição) - que deve revolucionar os parâmetros do mercado fonográfico brasileiro - será votada na Câmara dos Deputados no dia 21. Elaborada pelo parlamentar Otavio Leite (PSDB-RJ), a proposta estabelece imunidade tributária para gravações de artistas brasileiros, com o objetivo de diminuir o impacto da pirataria e dos downloads ilegais.

Ou seja: caso a medida, conhecida como PEC da Música, seja aprovada, não haverá mais cobrança de impostos sobre a venda de suportes físicos (CDs e DVDs) e formatos digitais (telefonia móvel e na internet). As publicações de livros, jornais e revistas já contam com esse benefício.

O autor do projeto diz que a mudança poderá reduzir em 25% os preços desses produtos. Atualmente, discos e DVDs custam R$ 25 e R$ 40, respectivamente, em média.

"Acredito também que as empresas poderão vender 35% mais barato as músicas baixadas por telefonia, os ringtones. em que há incidência tributária elevada. Será possível proporcionar impulso e formalização do mercado na internet, porque há muita coisa feita de forma irregular", explica o deputado.

O parlamentar conta que a PEC não foi bem recebida pelos que representam no Congresso a Zona Franca de Manaus, no Amazonas, atualmente único estado que usufrui de isenção de impostos para o setor.

Para evitar resistências, Leite alterou a proposta: enquanto os outros estados ficarão isentos de ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias) e ISS (Imposto sobre Serviço), o Amazonas também será beneficiado com a isenção de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados).

"Existem apenas cinco fábricas de discos no Brasil e todas ficam em Manaus. Fizemos a ressalva para que o benefício nessa área da fabricação valha apenas para essa região."

Favorável ao projeto, o presidente da ABMI (Associação Brasileira de Música Independente). Roberto de Carvalho comenta que houve equívoco por parte dos parlamentares. "Eles temem, erroneamente, que a fabricação de CDs desloque-se para outras praças. Estão fazendo esse lobby contrário porque, graças à malha tributária absurda, os fabricantes de Manaus aproveitaram-se dos incentivos e também tornaram-se distribuidores. E não querem perder esse filé."

Carvalho ressalta ainda que a PEC pode acabar com o atraso do País em relação à música digital. "A venda de conteúdos musicais por telefone no Brasil é taxada em 30% como operação de telecomunicações Para quem produziu, não sobra nada."

Ao contrário de análises feitas por parcela da imprensa especializada, Carvalho não acredita na extinção do formato CD. "Essa é outra falácia, a maior mentira que alguém poderia dizer. No Japão, que tem o mercado digital mais desenvolvido do mundo, 70% do movimento financeiro de venda de música é feito através de CD e DVD. No Brasil, isso pula para perto de 90%."

PIRATARIA - Outro apoiador é o presidente da ABPD (Associação Brasileira dos Produtores de Discos), Paulo Rosa. "Em um ambiente onde imperam a pirataria de CDs e DVDs, e de alguns anos para cá aquela praticada através da internet, é mais que bem-vinda essa redução de custos fiscais, que irá beneficiar o setor que produz música, aquele que a comercializa e o consumidor final."

Engajado na defesa do projeto desde 2007, o cantor e compositor carioca Leoni enumera outro benefícios. "A PEC vai tirar da informalidade bandas pequenas que gravam discos, vendem em seus shows e não pagam impostos. Também dará à música, maior representante da arte brasileira no Exterior. o status que ela merece. O papel de jornal, por exemplo já tem isenção."

A lista de defensores do projeto na classe musical é extensa e inclui outros nomes como os sertanejos Zezé Di Camargo & Luciano, o Rei Roberto Carlos, o compositor Francis Hime e os cantores Sandra de Sá, Fagner e Roberto Frejat.

Fonte:
www.otavioleite.com.br/conteudo.asp?pec-da-musica-3600

rosas_g_037  


DESVENTURA
Cecília Meireles

Tu és como o rosto das rosas:
diferente em cada pétala.

Onde estava o teu perfume?
Ninguém soube.
Teu lábio sorriu para todos os ventos
e o mundo inteiro ficou feliz.

Eu, só eu, encontrei a gota de orvalho
que te alimentava,
como um segredo que cai do sonho.

Depois, abri as mãos, - e perdeu-se.

Agora, creio que vou morrer.

Leia mais Cecília Meireles >> AQUI

sábado, 10 de outubro de 2009
flordepessegueiro_Paulo_Henrique_Lopes_Rodrigues
                        Foto de Paulo Henrique Lopes Rodrigues

A FLOR DE PESSEGUEIRO
António Feijó

 
A melindrosa flor de pessegueiro
Deixei-a, como dádiva de amores,
A essa que tem o rosto feiticeiro
E os lábios cor das purpurinas flores.

E a tímida andorinha, de asas quietas,
Dei-a também como lembrança minha,
A essa que tem as sobrancelhas pretas,
Iguais às asas da andorinha.

No dia imediato a flor morria,
E a andorinha voava, entre esplendores,
Sobre a Grande Montana onde vivia
O Génio oculto qu preside às flores.

Mas nos seus lábios, como a flor abrindo,
Conserva a mesma carnação,
E não voaram, pelo azul fugindo
As asas negras dos seus olhos, não!

in Poesias Completas - Edições Caixotim
sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Foto e notícia recebi da Nara Françaclariceemazul

As pinturas da Esfinge
Uma mostra no Rio de Janeiro traz pela primeira
vez os quadros de Clarice Lispector – e uma biografia propõe novas explicações para os mistérios da escritora

A escritora Clarice Lispector comprazia-se em cultivar uma aura de mistério. Definia-se em frases como "sou tão misteriosa que não me entendo" ou "eu não decifrei a Esfinge, mas ela também não me decifrou". Seus romances talvez contenham elementos autobiográficos, mas indiretos e crípticos. Clarice não gostava de literatura confessional. É no aspecto biográfico (mais do que na inexistente qualidade artística) que reside o interesse de um pequeno e pouco conhecido conjunto de dezesseis pinturas sobre madeira realizadas por Clarice, que será exposto ao público pela primeira vez neste mês, no Instituto Moreira Salles do Rio de Janeiro. Todos os quadros foram pintados em 1975 e ficaram guardados desde sua morte, em 1977, na Fundação Casa de Rui Barbosa. Testemunham um período especialmente difícil para a autora. Um ano antes, ela fora demitida do Jornal do Brasil, no qual escrevia crônicas semanais, e estava preocupada com sua situação financeira. Embora ainda não soubesse do câncer que a mataria dois anos depois, sua saúde já estava debilitada. Aos 54 anos, escritora consagrada, ela se dizia cansada da literatura e declarava que pretendia parar de escrever, talvez para sempre. Ao longo desse ano, pintou freneticamente. São obras abstratas, algumas sombrias, outras muito coloridas, todas com nomes trágicos: Medo, Explosão, Tentativa de Ser Alegre ou Caos da Metamorfose sem Sentido. Sobre Medo, escreveu que fora aconselhada a não olhar para o quadro, porque lhe fazia mal: "Eu conseguira pôr para fora de mim, quem sabe se magicamente, todo o medo-pânico de um ser no mundo". A pintora diletante supervalorizava sua produção – os borrões de Medo, afinal, só apavoram pela feiura. Mas um biógrafo da escritora acredita que os quadros tenham pistas para os traumas mais profundos e ocultos da autora de A Paixão Segundo G. H.

A relação de Clarice com a pintura é analisada em detalhes pelo americano Benjamin Moser em Why This World (Por que Esse Mundo?), biografia lançada em agosto nos Estados Unidos e na Inglaterra. Moser lembra que em dois romances – Água Viva, de 1973, e o póstumo Um Sopro de Vida – as personagens centrais são artistas plásticas, e há títulos de quadros que foram usados pela autora nas obras que pintou depois. Ele destaca que Clarice trabalhava seguindo com o pincel as nervuras da madeira. Assim, ao mesmo tempo em que cobria o quadro de tinta, ela ressaltava sua textura original. "É uma maneira de pintar oposta ao trompe-l’oeil, recurso que dá ao espectador a impressão de estar diante de um objeto que não existe. Ou seja, também nos quadros de Clarice existe a tensão entre real e inventado que marca sua produção literária", diz Moser.

Clarice já foi objeto de pelo menos três biografias no Brasil, mas Por que Esse Mundo?, que será lançada no país em novembro, traz algumas novidades interpretativas. Moser sustenta que a autora foi muito mais influenciada por sua origem judaica do que ela própria admitia. Os estudiosos brasileiros sempre acentuaram a marca do exílio na vida de Clarice, cuja família fugiu da Ucrânia para o Brasil, chegando aqui em 1922, pouco depois do nascimento da escritora. Mas o biógrafo americano acredita que ela nutria um misticismo ligado à tradição da cabala judaica, aspecto de sua formação cultural que ainda não teria sido suficientemente estudado no Brasil.

Na origem da família residiria, também, um detalhe trágico. Com evidências um tanto especulativas, Moser afirma que Mania, mãe de Clarice, foi estuprada por soldados russos, e que a paralisia progressiva que a levou à morte, em 1930, foi causada por uma sífilis contraída nessa violação. Essa afirmação ousada é baseada em duas circunstâncias. A primeira é histórica: nas perseguições a judeus na Ucrânia, os estupros eram comuns, e os casos de sífilis, muito frequentes. A segunda vem da ficção de Elisa Lispector, a irmã mais velha de Clarice. Moser fala de "uma estranha lacuna" em No Exílio, romance autobiográfico de Elisa. A autora revela que, em 1915, sua casa havia se transformado em refúgio de mulheres e crianças. No meio da noite, ouviram-se tiros, e sua mãe resolveu sair, sozinha, para ver o que estava acontecendo. "Ela decidiu salvar suas filhas e as outras pessoas que buscaram abrigo em nossa casa", escreveu Elisa, para depois contar que Mania voltou exausta e afundou-se, muda, numa cadeira. No livro Clarice, uma Vida que Se Conta, da pesquisadora da Universidade de São Paulo Nádia Gotlib, há uma nota de rodapé na qual a autora credita ao médico Henrique Rabin a hipótese da sífilis contraída num estupro. Ela diz, entretanto, que não há como confirmá-la.

É provável que nunca se saiba o que de fato aconteceu na Ucrânia, antes que a família partisse para o Brasil. A hipótese de que Mania tenha sido estuprada carrega consequências trágicas para Clarice: a futura escritora teria sido concebida justamente para livrar sua mãe da paralisia. Segundo crença difundida entre os ucranianos, a gravidez teria o poder de curar doenças nas mulheres. Se isso é verdade, o fracasso nessa missão marcaria Clarice pelo resto da vida. Numa crônica publicada em 1968 no Jornal do Brasil, ela comenta: "Sei que meus pais me perdoaram por eu ter nascido em vão e tê-los traído na grande esperança. Mas eu, eu não me perdoo".

Marcelo Bortoloti

Veja a galeria de imagem
http://veja.abril.com.br/galeria-de-imagens/clarice-lispector-494795.shtml

Fonte:
http://veja.abril.com.br/020909/pinturas-esfinge-p-132.shtml

Jean-Baptiste Valadie_Lumiere_blanche
                                          Jean-Baptiste Valadie
AMOR
Maria Esther Maciel
 
Na véspera de ti
eu era pouca
e sem
sintaxe
eu era um quase
uma parte
sem outra
um hiato
de mim.

No agora de ti
aconteço
tecida em ponto
cheio
um texto
com entrelinhas
e recheio:
um preciso corpo
um bastante sim.
terça-feira, 6 de outubro de 2009
OldWomanoftheSealo
Imagem da Internet by Bing(*)
A VELHA
Adriano Espínola

Esculpida em silêncio
sentada e sábia,
fita o horizonte da mágoa.

Ao seu lado,
o mar murmura
as sílabas do ocaso.
Ó beleza antiga e súbita:
sobre o seu ombro
o instante se debruça
iluminado. 

Adriano Espínola, poeta nascido em Fortaleza (CE) em 1952. É professor de Literatura Brasileira na Universidade Federal do Ceará.
(*) Fonte da imagem:
sci.sdsu.edu/salton/TheOldWomanand%20theSea.html
(com a ajuda prestimosa do amigo Bert Bomb)
domingo, 4 de outubro de 2009

mercedes_sosa                            Foto by Google

A cantora argentina Mercedes Sosa, de 74 anos, morreu neste domingo (4)  em Buenos Aires, segundo o hospital em que ela estava internada.

Ela morreu em consequência de uma doença hepática complicada por problemas respiratórios.

Sosa foi uma das intérpretes mais conhecidas da música regional latino-americana, e uma das artistas mais famosas na Argentina depois de Carlos Gardel e Astor Piazzolla.

Ela havia sido internada em 18 de setembro, depois de ter sofrido uma complicação renal, mas seu estado piorou nos últimos dias por causa de uma falha cardiorrespiratória.

Nascida na cidade de San Miguel de Tucumán em 1935, Sosa teve uma atuação marcante durante a ditadura militar argentina, entre 1976 e 1983 e acabou exilada na Europa.

Apelidada carinhosamente de "La Negra", por sua ascendência que misturava índio e francês, ela ficou fora de cena por algum tempo anos atrás por um problema de saúde, mas retornou em 2005.

Neste ano, ela lançou um disco em dois volumes denominado "Cantora", em que canta em parceria com artistas como Joan Manuel Serrat, Caetano Veloso e Shakira, razão pela qual estava indicada a três prêmios Grammy Latino.

Fonte: Do G1, com agências internacionais

Algumas das canções inesquecíveis de Mercedes Sosa

Gracias a la Vida
Comp.: Violeta Parra

Todo Cambia
Comp.: Julio Numhauser

 

Solo le pido a Dios
Comp.: Leon Gieco

Volver a los 17
Comp.: Violeta Parra
Mercedes Sosa con Caetano Veloso ,Gal Costa, Chico Buarque e Milton Nascimento (1986).

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