sábado, 24 de outubro de 2009

Postando um comentário deixado pela Renata Seixas, por entender que essa medida vá beneficiar a todos que lutam pela cultura.
Divulguem, liguem para seus representantes, mandem e-mails (o link com os endereços de e-mails dos deputados está no final do post, copie e cole no seu navegador).

Renata Seixas disse...

“A PEC da Música ganha forças a cada dia e o seu blog está ajudando muito.
Em função da votação de uma Medida Provisória que trancou a pauta, a PEC não foi a Plenário no dia 21/10, conforme previsto. A expectativa é de que seja votada na semana que vem, embora ainda não tenhamos definição quanto à data. Comprometo-me de comunicar assim que houver a confirmação.
A luta continua! Ainda há tempo de colaborar com a música brasileira, aumentando a divulgação!
É importante que as pessoas contatem os deputados de seu Estado e peçam que votem a favor da PEC da Música. Informe seus leitores, é muito importante a participação de todos!

Maiores informações: http://www.otavioleite.com.br/pesquisa.asp?q=pec+da+musica
Twitter da PEC: http://twitter.com/pecdamusica
Twitter do Deputado Otavio Leite (autor da proposta): http://twitter.com/otavioleite

A lista de e-mail de todos os parlamentares está disponível aqui:
http://www2.camara.gov.br/deputados/arquivo”

SAIBA O QUE É A PEC >> AQUI

Quando o político faz algo que justifica o seu cargo, ou seja, representar os interesses da população, deve ter o seu mérito reconhecido, embora não esteja fazendo nenhum favor, porque pra isso ele foi eleito e é muito bem remunerado.

Cao_Yong_winds_of_love
                           Pintura de Cao Yong
 

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FAZER AMOR É PISAR NA ETERNIDADE
Texto atribuído a um Frei do Colégio Santo Agostinho


Fazer amor é coisa séria demais…
Não basta um corpo e outro corpo,
Misturados num desejo insosso desses que dão feito fome trivial,
Nascida da gula descuidada aplacada sem zelo,
Sem composturas, sem respeito,
Atendendo exclusivamente a voracidade do apetite. 

 
Fazer amor é percorrer as trilhas da alma,
Uma alma tateando outra alma,
Desvendando véus, descobrindo profundezas,
Penetrando nos escondidos sem pressa… com delicadeza. 


Porque alma tem textura de cristal,
Deve ser tocada nas levezas apalpada com amaciamentos,
Até que o corpo descubra cada uma das suas funções…
Quando a descoberta acontece é que o ato de amor começa. 


As mãos deslizam sobre as curvas, como se tocando nuvens,
A boca vai acordando e retirando gostos, provando os sabores,
Bebendo a seiva que jorra das nascentes escorrendo em dons.


É o côncavo e convexo em amorosa conjunção.
Fazer amor é ressurreição! É nascer de novo!
No abraço que aperta sem sufocamentos,
No beijo que fala a sede gritante,
Na escada dos degraus celestiais que levam ao gozo! 


Vale chorar!
Vale gemer!
Vale gritar! 


Porque aí já se chegou ao paraíso,
E qualquer som há de sair,
Quem sabe afinado,
Seja grave, agudo, pianinho,
Há de ser sempre o acorde faltante,
Quando amantes iniciam o milagre do encontro. 


Corpos se ajustaram, almas matizaram:
Fez-se o êxtase
É o instante de Paz
É a escritura da serenidade
E os amantes em assunção, pisam eternidades! 


 

Fonte do áudio:
Voz: Carlos Alberto de Oliveira
Trilha: Love History



Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original. Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.
sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Música: Que amor não me engana
Interpréte: Dulce Pontes
Composição: José Afonso

Que amor não me engana
Com a sua brandura
Se da antiga chama
Mal vive a amargura

Duma mancha negra
Duma pedra fria
Que amor não se entrega
Na noite vazia?

E as vozes embarcam
Num silêncio aflito
Quanto mais se apartam
Mais se ouve o seu grito

Muito à flor das àguas
Noite marinheira
Vem devagarinho
Para a minha beira

Em novas coutadas
Junta de uma hera
Nascem flores vermelhas
Pela Primavera

Assim tu souberas
Irmã cotovia
Dizer-me se esperas
Pelo nascer do dia

terça-feira, 20 de outubro de 2009

diadopoeta
                                                imagem by Enloucrescida

 

O POETA É PERIGOSO
Artur da Távola

A palavra é a melhor e mais imprecisa forma de representar o real. Nada é tão único, direto e simples quanto à palavra e nada tão pantanoso. O homem vive a dificuldade de aprisionar a palavra, para, só assim, descobrir o termo preciso. Essa luta só acaba quando, no esforço de aprisionar a palavra, ela o aprisiona. Esse jogo (Luta? Tarefa? Alegria? Catarse), o de aprisionar a palavra e ser aprisionado, fascina de tal modo que quem o empreende faz-se um apaixonado por ele. Este é o jogo do escritor; e também o do poeta. E ainda o do bom político Aprisionar a palavra que escapa, dela desejando ser vítima, amante, senhor e escravo.

Poetas e políticos possuem essa afinidade: a de descobrir a palavra, a de viver da palavra. Eles se tornam cúmplices da palavra no processo através do qual ela impera sobre eles, ao mesmo tempo em que precisa ser vencida por ambos. Pois é desse esforço bendito e maldito (porque sempre incompleto e insatisfatório) que nasce o poeta.

A poesia, porém, não pára na palavra. Ela é também - e sobretudo - a busca do sentido das coisas. E o que é o sentido das coisas? Este, aparece rapidamente em nossa mente e logo foge, escapa, nem sempre se torna claro para o homem. Este, porém, prefere chamar esse clarão fugidio de verdade. Mas é sempre errático e fugidio.

Eu perguntaria a vocês: é fácil saber o que é a vida? A morte? É claro saber o que é a liberdade? O que é a política? Não! Nós temos impressões, percepções, e há sempre algo a fugir no sentido das coisas. Aí está o poeta. O poeta é esse ser à margem dos homens, um tanto subversivo em relação aos comportamentos dos homens, que busca pilhar a lucidez fugidia. Enquanto os homens vivem atados às suas paixões, o poeta (que também tem as dele), guarda dentro de si um outro lado em permanente vigilância, em alerta de sensibilidade. Ele não tenta entender o sentido das coisas apenas; ele tenta - se me permitem a palavra - sentir o sentido das coisas. E nesse momento o sentido das coisas não é apenas algo fluido em sua inteligência mas uma vivência ou intuição presente sobretudo no órgão do sentimento.

O poeta vê o verso, vê o outro lado. Por isso, ele é perigoso. Por isso, ele é grandioso. Por isso, ele ameaça. A história dos homens conta inúmeros casos de poeta assassinados, degredados, exilados, perseguidos, porque eles dominam esse mistério, essa deusa: a palavra. Dominam, não nos esqueçamos, porque são dominados por ela. E ao dominá-la e serem, por ela dominados, conseguem ver mais e melhor, ver além, por dentro. Ver o verso das coisas é ser profeta.

Assim, mataram poetas nas revoluções, baniram poetas nas crises políticas. O poeta é perigoso, porque está sozinho, longe dos apetites do mundo, a trabalhar com a sensibilidade, tarefa subversiva porque oposta ao mundo de hoje, o da predominância do consumo, da máquina, do fazer, no qual a única ética é o êxito. Ele não se entrega às "verdades" das aparências; ele prefere ficar com o verso. Prefere ficar, como dizia Cruz e Souza: "entre raios, pedradas e metralhas, ficou gemendo mas ficou sonhando".

segunda-feira, 19 de outubro de 2009
vermeer_rendeira 
                                                                VERMEER
A RENDEIRA
Adriano Espínola
 
Na teia da manhã que se desvela
a rendeira compõe seu labirinto,
movendo sem saber e por instinto
a rede dos instantes numa tela
Ponto a ponto, paciente, tenta ela
traçar no branco linho mais distinto
a trama de um desenho tão sucinto
como a jornada humana se revela.

Em frente, o mar desfia a eternidade
noutra tela de espuma e esquecimento
enquanto, entrelaçado, o pensamento
costura sobre o sonho a realidade.

Em que perdida tela mais extrema
foi tecida a rendeira e este poema?


Adriano Espínola, poeta nascido em Fortaleza (CE) em 1952. É professor de Literatura Brasileira na Universidade Federal do Ceará.
sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Edvard_Munch 
                                                                   Edvard Munch

“O ciúme é aquela dor que dá quando percebemos que a pessoa amada pode ser feliz sem a gente”
(Rubens Alves)

"Meu Senhor, livrai-me do ciúme! É um monstro de olhos verdes, que escarnece do próprio pasto que o alimenta. Quão felizardo é o enganado que, cônscio de o ser, não ama a sua infiel! Mas que torturas infernais padece o homem que, amando, duvida, e, suspeitando, adora." (William Shakespeare)

A suspeita e o ciúme são como venenos empregados na medicina: se pouco, salva; se muito, mata.
(Antonio Perez)

"Os ciumentos não precisam de motivo para ter ciúme. São ciumentos porque são. O ciúme é um monstro que a si mesmo se gera e de si mesmo nasce."
(William Shakespeare)

"De todas as enfermidades que acometem o espírito, o ciúme é aquela a qual tudo serve de alimento e nada serve de remédio."
(Michel de Montaigne)

"Para que um bom relacionamento continuar e seja agradável, é preciso não apenas suspeitar prudentemente como ocultar discretamente a suspeita."
(Stendhal)

"No banquete do amor, o ciúme é o saleiro, que ao querer verdadeiro empresta vivo sabor. Advirta-se porém ser erro temperar em demasia. O ciúme, por ser só sal um retrato, se posto demais no prato, não tempera, antes maltrata."
(Tirso de Molina)

"É próprio da condição do ciumento enxergar como sendo maiores e mais valiosas, aos olhos da amada, as qualidades do seu rival."
(Miguel de Cervantes)

"O ciúme da mulher, de quem se espera amor, é uma revelação agradável, ainda mesmo que valha pouco para a felicidade do coração."
(Camilo Castelo Branco)

quarta-feira, 14 de outubro de 2009
Se essa votação lhe interessa, pressione o seu representante no Congresso Nacional.
Uma caravana de artistas e músicos desembarca dia 21 em Brasília. É quarta-feira que vem a votação na Câmara da PEC da Música, que dá imunidade tributária às gravações de canções e videoclipes. Autor do projeto, o deputado Otavio Leite (PSDB-RJ) prevê queda de 25% no preço de CDs: “Se passar, será um golpe na pirataria”.

Fonte: Jornal O Globo
14/10/2009, Coluna Negócios & cia

O QUE É O PEC

Depois de dois anos e diversas audiências públicas, a PEC 98/07 (Proposta de Emenda à Constituição) - que deve revolucionar os parâmetros do mercado fonográfico brasileiro - será votada na Câmara dos Deputados no dia 21. Elaborada pelo parlamentar Otavio Leite (PSDB-RJ), a proposta estabelece imunidade tributária para gravações de artistas brasileiros, com o objetivo de diminuir o impacto da pirataria e dos downloads ilegais.

Ou seja: caso a medida, conhecida como PEC da Música, seja aprovada, não haverá mais cobrança de impostos sobre a venda de suportes físicos (CDs e DVDs) e formatos digitais (telefonia móvel e na internet). As publicações de livros, jornais e revistas já contam com esse benefício.

O autor do projeto diz que a mudança poderá reduzir em 25% os preços desses produtos. Atualmente, discos e DVDs custam R$ 25 e R$ 40, respectivamente, em média.

"Acredito também que as empresas poderão vender 35% mais barato as músicas baixadas por telefonia, os ringtones. em que há incidência tributária elevada. Será possível proporcionar impulso e formalização do mercado na internet, porque há muita coisa feita de forma irregular", explica o deputado.

O parlamentar conta que a PEC não foi bem recebida pelos que representam no Congresso a Zona Franca de Manaus, no Amazonas, atualmente único estado que usufrui de isenção de impostos para o setor.

Para evitar resistências, Leite alterou a proposta: enquanto os outros estados ficarão isentos de ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias) e ISS (Imposto sobre Serviço), o Amazonas também será beneficiado com a isenção de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados).

"Existem apenas cinco fábricas de discos no Brasil e todas ficam em Manaus. Fizemos a ressalva para que o benefício nessa área da fabricação valha apenas para essa região."

Favorável ao projeto, o presidente da ABMI (Associação Brasileira de Música Independente). Roberto de Carvalho comenta que houve equívoco por parte dos parlamentares. "Eles temem, erroneamente, que a fabricação de CDs desloque-se para outras praças. Estão fazendo esse lobby contrário porque, graças à malha tributária absurda, os fabricantes de Manaus aproveitaram-se dos incentivos e também tornaram-se distribuidores. E não querem perder esse filé."

Carvalho ressalta ainda que a PEC pode acabar com o atraso do País em relação à música digital. "A venda de conteúdos musicais por telefone no Brasil é taxada em 30% como operação de telecomunicações Para quem produziu, não sobra nada."

Ao contrário de análises feitas por parcela da imprensa especializada, Carvalho não acredita na extinção do formato CD. "Essa é outra falácia, a maior mentira que alguém poderia dizer. No Japão, que tem o mercado digital mais desenvolvido do mundo, 70% do movimento financeiro de venda de música é feito através de CD e DVD. No Brasil, isso pula para perto de 90%."

PIRATARIA - Outro apoiador é o presidente da ABPD (Associação Brasileira dos Produtores de Discos), Paulo Rosa. "Em um ambiente onde imperam a pirataria de CDs e DVDs, e de alguns anos para cá aquela praticada através da internet, é mais que bem-vinda essa redução de custos fiscais, que irá beneficiar o setor que produz música, aquele que a comercializa e o consumidor final."

Engajado na defesa do projeto desde 2007, o cantor e compositor carioca Leoni enumera outro benefícios. "A PEC vai tirar da informalidade bandas pequenas que gravam discos, vendem em seus shows e não pagam impostos. Também dará à música, maior representante da arte brasileira no Exterior. o status que ela merece. O papel de jornal, por exemplo já tem isenção."

A lista de defensores do projeto na classe musical é extensa e inclui outros nomes como os sertanejos Zezé Di Camargo & Luciano, o Rei Roberto Carlos, o compositor Francis Hime e os cantores Sandra de Sá, Fagner e Roberto Frejat.

Fonte:
www.otavioleite.com.br/conteudo.asp?pec-da-musica-3600

rosas_g_037  


DESVENTURA
Cecília Meireles

Tu és como o rosto das rosas:
diferente em cada pétala.

Onde estava o teu perfume?
Ninguém soube.
Teu lábio sorriu para todos os ventos
e o mundo inteiro ficou feliz.

Eu, só eu, encontrei a gota de orvalho
que te alimentava,
como um segredo que cai do sonho.

Depois, abri as mãos, - e perdeu-se.

Agora, creio que vou morrer.

Leia mais Cecília Meireles >> AQUI

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