segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Um gênio que está sendo esquecido. Uma injustiça que, provavelmente, será corrigida somente quando ele morrer…. Infelizmente no Brasil é assim.

Monólogo – Chico Anysio
(só palavras com a letra “M”)

Apresentação da cidade de Maranguape
Imperdível!

Homenagem nos 30 Anos do Fántástico

Primeira Parte

Segunda Parte

Terceira Parte

Última Parte

E VIVA CHICO ANYSIO!

sábado, 14 de novembro de 2009

Texto: Passagem das Horas – Fernando Pessoa
Música: Invocação – Chico Cesar
Intérprete: Maria Bethânia

Não sei sentir, não sei ser humano,
Não sei conviver de dentro da alma triste, com os homens,
Meus irmãos na terra.
Não sei ser útil, mesmo sentindo ser prático, quotidiano, nítido.
Vi todas as coisas e maravilhei-me de tudo.
Mas tudo ou sobrou ou foi pouco, não sei qual, e eu sofri.
Eu vivi todas as emoções, todos os pensamentos, todos os gestos.
E fiquei tão triste como se tivesse querido vivê-los e não conseguisse.
Amei e odiei como toda gente.
Mas para toda gente isso foi normal e instintivo.
Para mim sempre foi a excepção, o choque, a válvula, o espasmo.
Não sei se a vida é pouco ou demais para mim.

Não sei se sinto demais ou de menos.
Seja como for a vida, de tão interessante que é a todos os momentos,
A vida chega a doer, a enjoar, a cotar, a roçar, a ranger,
A dar vontade de dar pulos, de ficar no chão,
De sair para fora de todas as casas, de todas as lógicas, de todas as sacadas
E ir ser selvagem entre árvores e esquecimentos.

Deus dos sem deuses
deus do céu sem Deus
Deus dos ateus
Rogo a ti cem vezes
Responde quem és?

Serás Deus ou Deusa?
Que sexo terás?
Mostra teu dedo, tua língua, tua face
Deus dos sem deuses

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Hino do Vasco da Gama na voz de Paulinho da Viola e Los Hermanos

Sexta feira 13 – e o Vasco sai da Segunda Campeão.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Bob_Pejman_lake_como_villa
                                Pintura de Bob Pejman


A MEU FAVOR
Alexandre O'Neill

A meu favor
Tenho o verde secreto dos teus olhos
Algumas palavras de ódio algumas palavras de amor
O tapete que vai partir para o infinito
Esta noite ou uma noite qualquer

A meu favor
As paredes que insultam devagar
Certo refúgio acima do murmúrio
Que da vida corrente teime em vir
O barco escondido pela folhagem
O jardim onde a aventura recomeça.

Claude_Theberge_La_voile_aune 
                                             Pintura de Claude Theberge

VIESTE COMO UM BARCO CARREGADO DE VENTO
Maria do Rosário Pedreira

Vieste como um barco carregado de vento, abrindo
feridas de espuma pelas ondas. Chegaste tão depressa
que nem pude aguardar-te ou prevenir-me; e só ficaste
o tempo de iludires a arquitectura fria do estaleiro 


onde hoje me sentei a perguntar como foi que partiste,
se partiste,
que dentro de mim se acanham as certezas e
tu vais sempre ardendo, embora como um lume
de cera, lento e brando, que já não derrama calor. 


Tenho os olhos azuis de tanto os ter lançado ao mar
o dia inteiro, como os pescadores fazem com as redes;
e não existe no mundo cegueira pior que a minha:
o fio do horizonte começou ainda agora a oscilar,
exausto de me ver entre as mulheres que se passeiam
no cais como se transportassem no corpo o vaivém
dos barcos. Dizem-me os seus passos 


que vale a pena esperar, porque as ondas acabam
sempre por quebrar-se junto das margens. Mas eu sei
que o meu mar esta cercado de litorais, que é tarde
para quase tudo. Por isso, vou para casa 


e aguardo os sonhos, pontuais como a noite.

 

©Maria do Rosário Pedreira,
Em “ O Canto do Vento nos Ciprestes”
Editora: Gótica, 2001
Portugal
terça-feira, 10 de novembro de 2009



Música: Não Tenho Lágrimas
Intérprete: Nat King Cole
Autores: Milton de Oliveira e Max Bulhões



Quero chorar, 
não tenho lágrimas 
Que me rolem nas faces 
Pra me socorrer

Se eu chorasse, 
Talvez desabafasse 
O que sinto no peito 
E não posso dizer

Só porque não sei chorar 
Eu vivo triste a sofrer

Quero chorar, 
não tenho lágrimas 
Que me rolem nas faces 
Pra me socorrer

Se eu chorasse, 
Talvez desabafasse 
O que sinto no peito 
E não posso dizer

Só porque não sei chorar 
Eu vivo triste a sofrer

Estou certo que o riso 
Não tem nenhum valor 
A lágrima sentida 
É o retrato de uma dor

O destino assim quis 
De mim se separar 
Eu quero chorar não posso 
Vivo a implorar

Quero chorar, 
não tenho lágrimas 
Que me rolem nas faces 
Pra me socorrer

Se eu chorasse, 
Talvez desabafasse 
O que sinto no peito 
E não posso dizer

Só porque não sei chorar 
Eu vivo triste a sofrer

Quero chorar, 
não tenho lágrimas 
Que me rolem nas faces 
Pra me socorrer

Se eu chorasse, 
Talvez desabafasse 
O que sinto no peito 
E não posso dizer

Só porque não sei chorar 
Eu vivo triste a sofrer

Não tenho lágrimas
domingo, 8 de novembro de 2009

almeidagarrett
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ALMEIDA GARRETT
(João Baptista da Silva Leitão de Almeida Garrett)

escritor, orador, par do reino, ministro e secretário de Estado honorário português
Nasceu: 04/02/1799 - Porto, Portugal
Faleceu: 09/12/1854 - Lisboa, Portugal
Mov. Literário: Romantismo

AS MINHAS ASAS

Eu tinha umas asas brancas,
Asas que um anjo me deu,
Que, em me eu cansando da terra,
Batia-as, voava ao céu.

— Eram brancas, brancas, brancas,
Como as do anjo que mas deu:
Eu inocente como elas,
Por isso voava ao céu.

Veio a cobiça da terra,
Vinha para me tentar;
Por seus montes de tesouros
Minhas asas não quis dar.

— Veio a ambição, co'as grandezas,
Vinham para mas cortar,
Davam-me poder e glória;
Por nenhum preço as quis dar.

Porque as minhas asas brancas,
Asas que um anjo me deu,
Em me eu cansando da terra,
Batia-as, voava ao céu.

Mas uma noite sem lua
Que eu contemplava as estrelas,
E já suspenso da terra,
Ia voar para elas,

— Deixei descair os olhos
Do céu alto e das estrelas...
Vi entre a névoa da terra,
Outra luz mais bela que elas.

E as minhas asas brancas,
Asas que um anjo me deu,
Para a terra me pesavam,
Já não se erguiam ao céu.

Cegou-me essas luz funesta
De enfeitiçados amores...
Fatal amor, negra hora
Foi aquela hora de dores!

— Tudo perdi nessa hora
Que provei nos seus amores
O doce fel do deleite,
O acre prazer das dores.

E as minhas asas brancas,
Asas que um anjo me deu,
Pena a pena me caíram...
Nunca mais voei ao céu.

©Autor: Almeida Garrett


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