quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Jean-Baptiste_Valadie1  
                                        Pintura de Jean-Baptiste Valadie

 
TROUXESTE OS SONHOS
José  Manuel Teixeira

Trouxeste os sonhos, a planura do ventre,
as madrugadas dos pomares.

E enquanto atravesso o itinerário das palavras,
a maciez diáfana dos teus olhos invade-me a alma,

Repenso o silêncio azulado do espanto
que amacia a rebentação das glicínias.

Lá onde moram os pinheiros mansos
e recebemos a inquietação, o tempo permanece insubmisso:

eu estarei um dia, com o meu corpo,
até à fundura íntima do infinito.


 Marcado em 19 de novembro de 1969, às 23h11, Vasco 1 x Santos 2, com 65.157 pagantes.
A partida era válida pelo Torneio Roberto Gomes Pedrosa, o campeonato brasileiro da época. Aos 33 minutos do segundo tempo o zagueiro do Vasco Renê cometeu pênalti. Pelé cobrou com pé direito no canto esquerdo do goleiro Andrada, que se esforçou, mas não conseguiu defender o pênalti. Andrada não queria sofrer gol de Pelé pois achava que deixaria de ser conhecido como bom goleiro e passaria a ser lembrado somente como o goleiro do milésimo gol.
Ao ser cercado pelos repórteres, Pelé disse: Pensem no Natal. Pensem nas criancinhas. Pelé vestiu uma camisa do Santos de número 1000 e deu a volta olímpica no Maracanã.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

A necessidade já foi a mãe da invenção; agora é a invenção que é a mãe da necessidade.

hpebook bookshelf 
                                                          imagens da internet by Google

Basta olhar à sua volta. Você consegue imaginar sua vida sem celular, laptop, controle remoto, acesso à internet, pen drive, cartão com chip? Você não se pergunta, às vezes, como é que os mais velhos (incluindo aí seus pais) faziam para se virar no passado? TV em preto e branco, ligações de longa distância via telefonista, ausência total de qualquer tipo de controle remoto, filmes de fotografias que demoravam uma semana para serem revelados...

A tecnologia digital não está deixando pedra sobre pedra e, além de criar novidades jamais sonhadas, reinventa constantemente aquilo que já existe. Assiste-se ao vídeo no computador, televisão, celular; a música virou intangível (alguém já viu um arquivo de mp3?); a imagem digitaliza-se e se multiplica à velocidade da luz. A distinção entre original e cópia simplesmente desaparece, já que o original traz em si a própria cópia, e a cópia nada mais é do que o original.

Chegou a vez do livro. Esta invenção, cuja paternidade é atribuída a Gutenberg, viveu sossegadamente entre nós pelos últimos 500 e tantos anos, sempre no mesmo formato (exigindo a leitura sequencial, página após página) e no mesmo suporte físico (o bom e velho papel). Pois não inventaram o livro eletrônico? O Kindle, da Amazon, e o Sony Reader são os dois produtos líderes de mercado, e o recém-lançado Nook, da Barnes & Nobles, promete não fazer feio.

Pausa. Aqui cabe uma rápida explicação sobre o conceito de livro eletrônico, que na realidade significa duas coisas distintas: o aparelho específico que possibilita ler de forma digital (os acima citados), e o conteúdo em si (os arquivos). O que é novo é o suporte tecnológico, pois os escritos digitais já existem há um belo tempo. (…)

A única coisa fácil de prever é o que já passou.

O que está acontecendo, na realidade, é que pouca gente realmente entendeu do que se trata; não é do livro, mas sim da leitura. Predizer a morte do livro físico equivale à profecia autorrealizável de jovem que nunca abriu um romance ou história policial e mergulhou em suas páginas; ignorar os avanços tecnológicos, e suas influências em nossas percepções e hábitos, soa mais como lamúria de velho com medo de envelhecer ou incapacidade de acompanhar as mudanças do mundo digital.

Examinemos de perto o livro eletrônico, e percebamos que ele não é apenas a versão digital do livro físico; é muito, muito mais! É o superlivro no modo mega hiper blaster total; confira aqui os acessórios originais de fábrica (variações existem de modelo a modelo):

• busca de palavra ou expressão
• dicionário embutido
• imagens animadas, áudio e vídeo (multimídia)
• hiperlinks e referências cruzadas com outros livros, revistas online, blogs...
• realce de texto, marcação de página e anotações
• empréstimo do livro e envio de trechos/anotações para outras pessoas
• modo de leitura texto para voz
•  atualização automática do conteúdo
•  oferta de mais de 1.000.000 de livros gratuitos e mais de 360.000 a preços razoáveis (no exterior, a menos de R$ 20,00)
• leitura no computador, celular, e-book reader...

O assunto aqui é o futuro da leitura, e não o futuro do livro. Os dois livros (as duas formas de leitura) podem e deverão conviver pacificamente, e é irrelevante discutir sobre isto. Os debates sobre prós e contras, a apaixonada defesa de um ou outro, as crônicas saudosistas de uma morte que ainda não se consumiu cheiram a ranço.

Temos aqui e agora dois formatos (suportes, hardwares) distintos. O impresso, em papel, com o qual dezenas de gerações cresceram e todo leitor que se preze mantém uma saudável dependência psicológica; o eletrônico, hoje ainda em formato duro, e que talvez possa se tornar maleável e dobrável no futuro próximo. A tecnologia oferece as opções, nós escolhemos e adotamos o que nos agrada.

A maneira de ler modifica-se com a introdução de novas tecnologias (estruturas, dispositivos e sistemas) e técnicas (nossa habilidade em usar estas tecnologias). O livro eletrônico não é a mera digitalização do livro impresso, e sim o aprendizado e a conquista de um novo modo de leitura. Todas as funções descritas acima – e as vindouras – nos permitem e ensinam a ler de forma não linear, fragmentada, sobreposta, múltipla e compartilhada – instantaneamente – com terceiros.

Ainda estamos nas páginas iniciais desta história, cujo fim ainda não se escreveu. E mesmo que o livro físico desapareça, sempre se poderá imprimir o arquivo digital e mandar encaderná-lo.

Jerome Vonk

Fonte:
http://portalliteral.terra.com.br/artigos/o-futuro-do-livro-o-livro-do-futuro

terça-feira, 17 de novembro de 2009
Atendendo a pedidos:




Música: Noturno Nr. 2 Opus 10 
Compositor: Chopin
Intérprete: Dilermano Reis 


Gravação original em Sua Majestade o Violão, 1957
segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Um gênio que está sendo esquecido. Uma injustiça que, provavelmente, será corrigida somente quando ele morrer…. Infelizmente no Brasil é assim.

Monólogo – Chico Anysio
(só palavras com a letra “M”)

Apresentação da cidade de Maranguape
Imperdível!

Homenagem nos 30 Anos do Fántástico

Primeira Parte

Segunda Parte

Terceira Parte

Última Parte

E VIVA CHICO ANYSIO!

sábado, 14 de novembro de 2009

Texto: Passagem das Horas – Fernando Pessoa
Música: Invocação – Chico Cesar
Intérprete: Maria Bethânia

Não sei sentir, não sei ser humano,
Não sei conviver de dentro da alma triste, com os homens,
Meus irmãos na terra.
Não sei ser útil, mesmo sentindo ser prático, quotidiano, nítido.
Vi todas as coisas e maravilhei-me de tudo.
Mas tudo ou sobrou ou foi pouco, não sei qual, e eu sofri.
Eu vivi todas as emoções, todos os pensamentos, todos os gestos.
E fiquei tão triste como se tivesse querido vivê-los e não conseguisse.
Amei e odiei como toda gente.
Mas para toda gente isso foi normal e instintivo.
Para mim sempre foi a excepção, o choque, a válvula, o espasmo.
Não sei se a vida é pouco ou demais para mim.

Não sei se sinto demais ou de menos.
Seja como for a vida, de tão interessante que é a todos os momentos,
A vida chega a doer, a enjoar, a cotar, a roçar, a ranger,
A dar vontade de dar pulos, de ficar no chão,
De sair para fora de todas as casas, de todas as lógicas, de todas as sacadas
E ir ser selvagem entre árvores e esquecimentos.

Deus dos sem deuses
deus do céu sem Deus
Deus dos ateus
Rogo a ti cem vezes
Responde quem és?

Serás Deus ou Deusa?
Que sexo terás?
Mostra teu dedo, tua língua, tua face
Deus dos sem deuses

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Hino do Vasco da Gama na voz de Paulinho da Viola e Los Hermanos

Sexta feira 13 – e o Vasco sai da Segunda Campeão.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Bob_Pejman_lake_como_villa
                                Pintura de Bob Pejman


A MEU FAVOR
Alexandre O'Neill

A meu favor
Tenho o verde secreto dos teus olhos
Algumas palavras de ódio algumas palavras de amor
O tapete que vai partir para o infinito
Esta noite ou uma noite qualquer

A meu favor
As paredes que insultam devagar
Certo refúgio acima do murmúrio
Que da vida corrente teime em vir
O barco escondido pela folhagem
O jardim onde a aventura recomeça.

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