sábado, 6 de março de 2010

Na Semana da Mulher um olhar compreensivo e amoroso para eles, parceiros de vida.

image
                                  Pintura de Tomasz Rut

CANÇÃO DOS HOMENS
Lya Luft

Que quando chego do trabalho ela largue por um instante o que estiver fazendo - filho, panela ou computador - e venha me dar um beijo como os de antigamente.

Que quando nos sentarmos à mesa para jantar ela não desfie a ladainha dos seus dissabores domésticos.
E se for uma profissional, que divida comigo o tempo de comentarmos nosso dia.

Que se estou cansado demais para fazer amor, ela não ironize nem diga que "até que durou muito" o meu desejo ou potência.

Que quando quero fazer amor ela não se recuse demasiadas vezes, nem fique impaciente ou rígida, mas cálida como foi anos atrás.

Que não tire nosso bebê dos meus braços dizendo que homem não tem jeito pra isso, ou que não sei segurar a cabecinha dele, mas me ensine docemente se eu não souber.

Que ela nunca se interponha entre mim e as crianças, mas sirva de ponte entre nós quando me distancio ou me distraio demais.

Que ela não me humilhe porque estou ficando calvo ou barrigudo, nem comente nossas intimidades com as amigas, como tantas mulheres fazem.

Que quando conto uma piada para ela ou na frente de outros, ela não faça um gesto de enfado dizendo "Essa você já me contou umas mil vezes".

Que ela consiga perceber quando estou preocupado com trabalho, e seja calmamente carinhosa, sem me pressionar para relatar tudo, nem suspeitar de que já não gosto dela.

Que quando preciso ficar um pouco quieto ela não insista o tempo todo para que eu fale ou a escute, como se silêncio fosse falta de amor.

Que quando estou com pouco dinheiro ela não me acuse de ter desperdiçado com bobagens em lugar de prover minha família.

Que quando eu saio para o trabalho de manhã ela se despeça com alegria, sabendo que mesmo de longe eu continuo pensando nela.

Que quando estou trabalhando ela não telefone a toda hora para cobrar alguma coisa que esqueci de fazer ou não tive tempo.

Que não se insinue com minha secretária ou colega para descobrir se tenho amante.

Que com ela eu também possa ter momentos de fraqueza e de ternura, me desarmar, me desnudar de alma, sem medo de ser criticado ou censurado: que ela seja minha parceira, não minha dependente nem meu juiz.

Que cuide um pouco de mim como minha mulher, mas não como se eu fosse uma criança tola e ela a mãe, a mãe onipotente, que não me transforme em filho.

Que mesmo com o tempo, os trabalhos, os sofrimentos e o peso do cotidiano, ela não perca o jeito terno e divertido que tanto me encantou quando a vi pela primeira vez.

Que eu não sinta que me tornei desinteressante ou banal para ela, como se só os filhos e as vizinhas merecessem sua atenção e alegria.

E que se erro, falho, esqueço, me distancio, me fecho demais, ou a machuco consciente ou inconscientemente,
ela saiba me chamar de volta com aquela ternura que só nela eu descobri, e desejei que não se perdesse nunca, mas me contagiasse e me tornasse mais feliz, menos solitário, e muito mais humano.

sexta-feira, 5 de março de 2010

image 
                                            Pintura de Pino Daeni

CANÇÃO DAS MULHERES
Lya Luft

Que o outro saiba quando estou com medo, e me tome nos braços sem fazer perguntas demais.

Que o outro note quando preciso de silêncio e não vá embora batendo a porta, mas entenda que não o amarei menos porque estou quieta.

Que o outro aceite que me preocupo com ele e não se irrite com minha solicitude, e se ela for excessiva saiba me dizer isso com delicadeza ou bom humor.

Que o outro perceba minha fragilidade e não ria de mim, nem se aproveite disso.

Que se eu faço uma bobagem o outro goste um pouco mais de mim, porque também preciso poder fazer tolices tantas vezes.

Que se estou apenas cansada o outro não pense logo que estou nervosa, ou doente, ou agressiva, nem diga que reclamo demais.

Que o outro sinta quanto me dói a idéia da perda, e ouse ficar comigo um pouco - em lugar de voltar logo à sua vida.

Que se estou numa fase ruim o outro seja meu cúmplice, mas sem fazer alarde nem dizendo ''Olha que estou tendo muita paciência com você!''

Que quando sem querer eu digo uma coisa bem inadequada diante de mais pessoas, o outro não me exponha nem me ridicularize.

Que se eventualmente perco a paciência, perco a graça e perco a compostura, o outro ainda assim me ache linda e me admire.

Que o outro não me considere sempre disponível, sempre necessariamente compreensiva, mas me aceite quando não estou podendo ser nada disso.

Que, finalmente, o outro entenda que mesmo se às vezes me esforço, não sou, nem devo ser, a mulher-maravilha, mas apenas uma pessoa: vulnerável e forte, incapaz e gloriosa, assustada e audaciosa - uma mulher.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Do Meme

image

“Desde que uma mulher tenha brilho nos olhos, nenhum homem irá reparar se ela tem rugas em volta deles.”

(Dolores Del Rio)

image

"É tão absurdo dizer que um homem não pode amar a mesma mulher toda a vida, quanto dizer que um violinista precisa de diversos violinos para tocar a mesma música".

(Honoré de Balzac)

image 

"Talvez lavar a alma seja isso:
descobrir que pequenas esperanças
são à prova d'água."

(Renata Carneiro)

 

image

“Para a mulher, o olhar de outra mulher é mais eloqüente do que um espelho.”

(Nina Yomerowska)

image

“A mulher é o algo mais da humanidade. É ela quem tem a força, a luz, a vontade.”

(Dorival Caymmi)

image

"Aquele que conheceu apenas a sua mulher, e a amou, sabe mais de mulheres do que aquele que conheceu mil."

(Leon Tolstoi)

segunda-feira, 1 de março de 2010
Recebi o convite da amiga Dihittiana Joana Mendes para visitar o blog Artes da Fadinha e ver o quadro que ela havia pintado. Falei – quase sério -  que ainda faria um post sobre a poesia que se lê com os olhos da alma, a poesia visual que não requer palavras. Assim como a música é a poesia que você ouve, a pintura é a poesia que você olha.
Mas, contrariando a lógica do meu maninho
Ebrael, eu não sou poetisa. Mas sei quem é, e mais ainda, sei quem não recusa desafios. E apresentei o quadro da Joana para a poetisa Simone, e assim nasceu a poesia, tendo a pintura como inspiração.

 beira_mar1
   Imagem: pintura de Joana Mendes © direitos reservados à autora

NO MAR DA LEMBRANÇA
Simone Enloucrescida

Nos raios de sol, a esperança
Nas marolas do mar, a vida passando
Nas pegadas da areia, a lembrança
E nós, de mãos dadas, nos amando!

Você lembra meu amor?
De nosso primeiro passeio na praia?
O verão regado à chuva e calor
O camping selvagem, barraca apertada?

Mas na época, tudo era perfeito
Só tínhamos olhos um pro outro
Tudo se completava num beijo
Desse amor, nosso melhor porto!

Mas a vida segue adiante
Os filhos chegam, nos alegrando
O mundo agora tem outro mirante
E na vida deles, nos realizamos!

O passar do tempo
Os filhos criados
Somos ainda sentimentos
Corações sempre atados!

E vemos nossos filhos
Reviverem a paixão...
Agasalhada no peito
Sentindo aquela mesma emoção.

E hoje, na mesma praia
Porém num outro momento
Apreciamos a natureza, com calma
E nela, nos integramos, no silêncio!

Nos raios de sol, a mesma esperança
Nas marolas do mar, os nossos desejos
Nas pegadas da areia, a lembrança
E nós, de mãos dadas, trocamos um beijo!


Santo André, 28.02.10 – 17 h
Enloucrescida
Publicado no Recanto das Letras em 28/02/2010
Código do texto: T2112537

Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.à autora.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão da autora.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

crédito  gif: BianaBac

01/03 - Fernando Monção
No Dihitt
Site: Cidade da Leitura 

01/03 - Roberto Lima
No Dihitt
Blog: Bom de Gol 

03/03 - Jorge da Matta
No Site A Voz da Poesia

06/03 – Rita de Cássia
Na Comunidade da Voz da Poesia 

09/03 - Valéria Kitmell
No Dihitt
Blog: Histórias & Estórias

17/03 - Graça Rêgo
No Dihitt

23/03 - Evandro Alexandre
No Dihitt
Blog: Almanaque Kut Brasil


COM SELINHO ESPECIAL
Rosa para as meninas
Azul para os meninos.

image image

image image

AQUI PARA OS ANIVERSARIANTES DE JANEIRO E FEVEREIRO

image image image image

Crédito dos selinhos: Simone Enloucrescida

sábado, 27 de fevereiro de 2010


 "A fragrância sempre permanece na mão de quem oferece flores." (Hadia Bejar)
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

image
                                 imagem sem identicação de autoria

SILÊNCIO AMOROSO I
Affonso Romano de Sant'Anna

Deixa que eu te ame em silêncio
Não pergunte, não se explique, deixe
que nossas línguas se toquem, e as bocas
e a pele
falem seus líquidos desejos.

Deixa que eu te ame sem palavras
a não ser aquelas que na lembrança ficarão
pulsando para sempre
como se o amor e a vida
fosse um discurso
de impronunciáveis emoções.

 
Leia mais Affonso Romano de Sant’Anna
na VOZ DA POESIA

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
VIVA! O primeiro blog com layout feito por mim!
Para o meu amigo poeta e escritor Nardélio!





















Vida Após a Vida é o título do livro do escritor e poeta Nardélio Fernandes Luz, onde ele conta a sua trajetória de vida, culminando com o acidente que o deixou tetraplégico.

Aqui um trecho do prefácio do livro, feito pela ANA FLORIPES BERBERT GENTILIN, especialista em Educação Especial:

(…) “aos 31 anos, sofreu um acidente durante um mergulho, que o deixou tetraplégico. Desde então descobriu a vocação e o gosto pela escrita e a tem usado para manter a saúde psíquica e superar os limites impostos pelo corpo. Sua habilidade para escrever é fabulosa. Com alegria e um cativante amor pela vida expõe suas opiniões e sentimentos de forma singularmente coerente, o que o torna um dos melhores escritores que tive o prazer de conhecer. Não é, portanto, um tetraplégico que se tornou um escritor, mas um escritor que por uma fatalidade é tetraplégico.

Nardélio escreve contos, crônicas, poemas e textos que abordam, principalmente, as diversas facetas das pessoas com deficiência física. O autor acredita ser a falta de informações a principal causadora do preconceito e discriminação. Além de exímio escritor, é um grande desportista do Bocha Adaptada, exemplificando nos seus textos que o esporte é um dos mais eficazes e prazerosos meios de reintegração. Recentemente escreveu a autobiografia, intitulada Vida Após a Vida, em que registra sua luta e, sobretudo, sua capacidade de exercitar a resignação com relação ao imutável. Com grande coragem abre seu coração, narrando o duro processo de reabilitação, bem como suas emoções. Com esta atitude encoraja as pessoas que possuem limitações a refletirem sobre as diversas formas de se viver bem, apesar da deficiência.

Gostou? Então, entre e faça uma visita! E adquira o livro, mais do que uma leitura, é uma lição de vida!


Blog: http://nardeliofernandesluz.blogspot.com (fresquinho ainda ;)
Related Posts with Thumbnails

Poética

Poesias

Poetas

Vídeos

A Voz aqui

A Poética dos Amigos

Pesquisar neste blog

Rádio

Arquivos