sábado, 8 de junho de 2013
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Presente da Simone Enloucrescida para o Dia dos Namorados!

Para imprimir:

1. clique na imagem para abrir em tamanho original;
2. copie e cole no Word;
3. ajuste para o tamanho que lhe agradar;
4. imprima.

Dicas:

use impressora jato de tinta e papel VERGÊ ou papel AP 60g.

Se for imprimir em papel comum a sugestão é que seja plastificado depois.

 

Arte by Enlou

O CIÚME
Guilherme de Almeida


Minha melhor lembrança é esse instante no qual,
pela primeira vez, me entrou pela retina
tua silhueta provocante e fina
como um punhal.
Depois, passaste a ser unicamente aquela
que a gente se habitua a achar apenas bela
e que é quase banal.

E agora que te tenho em minhas mãos, e sei
que os teus nervos se enfeixam todos em meus dedos
e os teus sentidos são cinco brinquedos
com que brinquei;
agora que não mais me és inédita; agora
que compreendo que, tal como eu te vira outrora,
nunca mais te verei;

agora que, de ti, por muito que me dês,
já não me podes dar a impressão que me deste,
a primeira impressão que me fizeste;
— louco, talvez,
tenho ciúmes de quem não te conhece ainda
e, cedo ou tarde, te verá, pálida e linda,
pela primeira vez!

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© Guilherme de Almeida
In Poemas escolhidos, 1931
Imagem: Agaphya Belaja

Fonte: A Voz da Poesia

segunda-feira, 27 de maio de 2013
ALEXEY SLUSAR3

ÁGUA
Francisco Alvim


Falar de ti
é falar de tudo o que passa
no alto dos ventos
na luz das acácias
é esquecer os caminhos
apagar o enredo
é pensar as formas do branco
como teu corpo numa praia
branda e azul
tua pele não retém as horas
escorres, liquida
sonora

flor13

Francisco Alvim

In Exemplar Proceder, 1974
Imagem: Alexey Slusar

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Daniel F. Gerhartz

NO AMANHECER DE TI
Mário Domingos

No amanhecer de ti cabem
todas as janelas
porque és a dimensão
onde as viagens são possíveis
e deixas uma sombra
de castelo encantado
na meia luz das salas
onde o teu corpo passa
da-me a tua mão
e veste-me de ti
quero partir sem medo
quero partir sem mágoa
na estrada dos teus olhos
onde as pedras são de água

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© Mário Domingos
In O despertar dos verbos, 2011

Imagem: Daniel F. Gerhartz

domingo, 5 de maio de 2013

image


A UM TI QUE EU INVENTEI
Antonio Gedeão

Pensar em ti é coisa delicada.
É um diluir de tinta espessa e farta
e o passá-la em finíssima aguada
com um pincel de marta.

Um pesar grãos de nada em mínima balança,
um armar de arames cauteloso e atento,
um proteger a chama contra o vento,
pentear cabelinhos de criança.

Um desembaraçar de linhas de costura,
um correr sobre lã que ninguém saiba e ouça,
um planar de gaivota como um lábio a sorrir.

Penso em ti com tamanha ternura
como se fosses vidro ou película de louça
que apenas com o pensar te pudesses partir.

separador13

© Antonio Gedeão
In Teatro Do Mundo, 1958
Imagem: Anna Razumovskaya

Mais do autor:
A VOZ DA POESIA

NA LUZ A PRUMO
Eugénio de Andrade


Se as mãos pudessem (as tuas,
as minhas) rasgar o nevoeiro,
entrar na luz a prumo.
Se a voz viesse. Não uma qualquer:
a tua, e na manhã voasse.
E de júbilo cantasse.
Com as tuas mãos, e as minhas,
pudesse entrar no azul, qualquer
azul: o do mar,
o do céu, o da rasteirinha canção
de água corrente. E com elas subisse.
(A ave, as mãos, a voz.)
E fossem chama. Quase.

separador20
© Eugénio de Andrade
In Os sulcos da sede, 2001

Imagem: Fotografia de Lincoln Harrison

Conheça outras obras do autor: A VOZ DA POESIA

quinta-feira, 21 de março de 2013

chique_nao_eh_de_gloria_kalil

 

Circula na internet mais ou menos assim (com algumas variações):

chique mesmo é ser discreto,
não fazer perguntas ou
insinuações inoportunas,
nem procurar saber o
que não é da sua conta.

No blog da Revista Weekend a correção feita pela própria autora:
(créditos no final do post)


SER CHIQUE. UMA QUESTÃO DE ATITUDE
Gilka Maria

Nunca o termo “chique” foi tão usado para qualificar pessoas como atualmente.
Basta abrir qualquer das revistas semanais especializadas em burburinhos para ver as mais diferentes figuras reduzidas à mesma tribo: a dos “absolutamente chiques”. Para isso, basta ter (ou parecer ter) uma gorda conta bancária, um apartamento projetado por um arquiteto específico e, claro, freqüentar as festas certas e os restaurantes da moda. É tiro e queda. Daí pra virar celebridade é um pulo. Celebridade “chique”, lógico. Mas a verdade é que ninguém é chique por decreto. E algumas boas coisas da vida, infelizmente, não estão à venda. Elegância é uma delas. Assim, para ser chique, é preciso muito mais que um guarda-roupa recheado de grifes importadas. Muito mais que um belo carro alemão. O que faz alguém ser verdadeiramente chique não é quanto essa pessoa tem, mas a forma como ela se comporta.
Chique mesmo é quem fala baixo. Quem não procura chamar atenção por suas risadas muito altas, nem por seus imensos decotes. Mas que, sem querer, atrai todos os olhares, porque tem brilho próprio. Chique mesmo é quem é discreto, não faz perguntas inoportunas, nem procura saber o que não é da conta. Chique mesmo é gostar de filosofia, enquanto todo mundo devora Paulo Coelho. Chique mesmo é parar na faixa de pedestre e abominar a mania de jogar lixo na rua. Chique mesmo é dar bom-dia ao porteiro do seu prédio e às pessoas que estão no elevador. É lembrar o aniversário dos amigos. Chique mesmo é não se exceder nunca. Nem na bebida, nem na comida, nem na maneira de se vestir. Nada mais feio que parecer uma vitrine ambulante. Chique mesmo é olhar no olho de seu interlocutor. É “desligar o radar” quando estiver sentado à mesa do restaurante, e prestar verdadeira atenção à sua companhia. Chique mesmo é honrar sua palavra. É ser grato a quem lhe ajuda, correto com quem você se relaciona e honesto nos seus negócios. Chique mesmo é não fazer a menor questão de aparecer, mas ficar feliz ao ser prestigiado. Chique mesmo é conhecer a galinha ao molho pardo do Porto do Moreira e o steak tartar do Bar du Theatre, em Paris. Chique mesmo é ter boa conversa, cultura geral e um pretinho básico no armário.
Mas, pra ser chique, chique m-e-s-m-o, você tem, antes de tudo, de se lembrar sempre do quanto que a vida é breve e de que vamos todos pro mesmo lugar. Portanto, não gaste sua energia com o que não tem valor, não desperdice as pessoas interessantes com quem se cruzar e não aceite, em hipótese alguma, fazer qualquer coisa que não lhe faça bem. Porque, no final das contas, chique mesmo é ser feliz!

© GILKA MARIA
In A Quem Interessar Possa, 2007
Editora: Gráfica Paym


Créditos:

Revista Weekend > http://goo.gl/xTfOq
Imagem da Comunidade do Facebook “Afinal quem é o autor” > http://goo.gl/O2vAA

(links encurtados usando o Google url shortener)

segunda-feira, 18 de março de 2013

Andre KOHN


ESTRADA
Jefferson Bessa

Caminha, poema, ainda mais e mais incendeia todas as línguas:
Essas grandes que falam
Da tua poesia

Como de lógica.

Leva em suas costas só a bolsa pendurada com o peso da poesia
Nos teus braços, deslizando
No que envolto

Dele é físico.

Caminha, poema, a uma viagem sem chegada. Passa sozinho
Para ouvir o mundo que ao teu lado
Diz nada saber

De traços últimos.

Limpa os corredores de tua poesia trancando as portas da poeira
Dessas vozes altas das verdades
Que tua forma queimam

Como lâmpadas.

Caminha, poema, pelo chão não canses de teus passos lidos
Amanhã logo após a chuva
Tuas letras ficarão

Apenas úmidas.

separador15

© JEFFERSON BESSA
In Nos úmidos planos das mãos, 2012
(e-book do projeto Castanha Mecânica)

Imagem: Andre Kohn

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