segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Pandora
                           Jules Joseph Lefebvre

O Mito da Caixa de Pandora
Recontado por Fábio San Juan

Os gregos antigos contavam muitas histórias sobre a origem das coisas, como todos os povos antigos faziam.

Para explicar a origem das coisas ruins que existem no mundo, os gregos criaram a história da Caixa de Pandora.

Para os gregos, havia muitos deuses, e não só um. Os maiores deuses moravam no alto de uma montanha, o Monte Olimpo, e eram doze. O rei de todos eles era Zeus.

Havia também outros deuses, menores que os deuses do Olimpo, e que se chamavam titãs. Eram menores porque eram menos poderosos, mas mesmo assim eles queriam tomar o lugar dos deuses olímpicos.

Um desses titãs chamava-se Prometeu. Foi ele que, segundo os gregos, criou os homens, a partir do barro. Seu irmão Epimeteu havia criado todos os animais, dando a cada um deles um dom diferente: asas para as aves, força para os felinos, carapaças para as tartarugas, etc. No fim de tudo, não havia sobrado nada para o homem, então Epimeteu pediu ajuda para o irmão e ele resolveu roubar o fogo dos deuses do Olimpo, para ensinar aos homens a fazer tudo o que era possível com o fogo: trabalhar com os metais para fazer armas para caçar outros animais, cozinhá-los, e muito mais.

No entanto, o fogo era dos deuses e Zeus não gostou nada que Prometeu tivesse roubado o fogo. Por isso, Zeus o condenou a ser acorrentado no Monte Cáucaso, e a ter seu fígado comido todos os dias por um abutre. Como ele era imortal, o seu fígado voltava a crescer depois que a ave o comia, e no outro dia encontrava outro fígado inteiro para comer.

Mas Zeus, o rei dos deuses, ainda não estava contente. Para se vingar de Prometeu, Epimeteu e dos homens, que agora tinham o fogo, Zeus pensou em criar um presente tão atraente, mas tão atraente, que Epimeteu não poderia recusar. Prometeu, antes de partir para o seu castigo, havia avisado o irmão: “não aceite presente nenhum de Zeus, ele é traiçoeiro”.

Zeus pediu para todos os deuses para doar algum dom, alguma qualidade, que pudesse reunir em um só ser. Assim, Hefestos moldou sua forma a partir de argila, Afrodite deu-lhe beleza, Apolo deu-lhe talento musical, Deméter ensinou-lhe a colheita, Atena deu-lhe habilidade manual, Poseidon deu-lhe um colar de pérolas e a certeza de não se afogar, Hermes a capacidade de mentir e persuadir.

Esse ser tinha todos os dons dos deuses, por isso foi chamada de Pandora (do grego panta dora).

Zeus, com a ajuda dos deuses, havia criado a primeira mulher.

Epimeteu não resistiu e aceitou o presente. Mas, na bagagem de Pandora, havia uma caixa que Zeus havia enviado. Zeus havia dito a Pandora: “não abra essa caixa de jeito nenhum, ela é um presente para Epimeteu”.

Antes de entregar a caixa para o seu novo marido, Pandora não resistiu à curiosidade e a abriu… deixando escapar todos os males: a velhice, o trabalho, a doença, a loucura, a mentira, a paixão e a morte.

Ao perceber o que havia feito, Pandora fechou rapidamente a caixa, deixando preso o último mal: o mal que iria destruir a esperança.

Se ela não tivesse sido rápida o bastante, até mesmo a esperança teria sido destruída.

Algumas pessoas acham que esta história mostra que a mulher só trouxe desgraças para o mundo. Outras, porém, acham que o fato de Pandora ter libertado as coisas ruins para a humanidade deu a oportunidade para que nós, seres humanos, pudéssemos ter motivos para desenvolvermos nossas habilidades. Somente vencendo as dificuldades é que provamos nosso valor.
[Fonte: portaberta.net/educar]

  • A imagem de Pandora é o símbolo da esperança que se encontra no ser humano, a despeito das frustrações e dos desapontamentos, da depressão e das perdas, que ainda tem forças para se agarrar ao sentido da vida e ao futuro que poderá superar a infelicidade do passado.
    Pandora não representa apenas a convicção nos planos futuros, ou a solução dos problemas individuais, ela é um aprendizado de paciência, pois a esperança é uma tênue luz que brilha e nos guia, porém, não dissipa a escuridão da vida. A escuridão é algo profundo e misterioso, pois parece que transcende qualquer coisa que a vida nos ofereça, sob a formade catástrofe.
    Este ângulo da esperança não tem nenhuma ligação com as expectativas programadas. Está na verdade ligado a este algo mais profundo dentro de nós que muitas vezes chamamos de força para viver e que – a despeito de ser uma experiência subjetiva, sem nenhum motivo aparente -quase sempre mostra a diferença entre a vida e a morte. Ela não surge de um ato da vontade, simplesmente aparece misteriosamente dentro de nós e nos leva a perceber o brilho suave de nossa luz e, então, nossa reação às dificuldades será radicalmente alterada.

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