quinta-feira, 5 de maio de 2011

OS MEUS DEDOS ERRANTES
Eugénio de Sá

Os meus dedos, amor, dedos errantes
Úteis partes de mim, mas que eram teus
Sem o altar do teu corpo são ateus
Não se enternecem a orar como antes

São as extremidades destas mãos cativas
Da saudade que as tuas lhes deixaram;
Os meus dedos nos teus, como brincaram
Entrelaçados eles e nossas vidas

É triste que hoje os saiba acarinhados
Por outros que talvez não te amem tanto
Enquanto estes meus sofrem, ignorados

Mas sensações perduram entretanto;
Nestas mãos que te amaram sem pecado
Ficaram as memórias do encanto!

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Sobre o autor:

Nasceu em Lisboa, em 1945.
A poesia entrou na sua vida em 1968, trazida num livrinho que recebeu das mãos de José Saramago, então colaborador do Jornal A Capital, onde iniciou a atividade de comunicador.
Eugénio de Sá é acadêmico AVPB e membro da APP.

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