terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Nova florada…
”Confia ao Senhor as tuas obras, e teus pensamentos serão estabelecidos”
(Provérbios 16,3)

flor_108O sol é para as flores o que os sorrisos são para a humanidade.
(José Addison)

flor_101Se o amor cabe numa só flor, então é infinito
(Antonio Porchia)
 
flor_102O amor é a única flor que brota e cresce sem a ajuda das estações.
(Khalil Gibran)
 
flor_103Os pensamentos são como as flores, aquelas que apanhamos de manhã mantêm-se muito mais tempo viçosas.
(André Gide)

flor_104Sê alegre apenas depois de dares a volta à vida toda. E regressares então a uma flor, ao sol num muro...
(Vergílio Ferreira)

flor_105A terra é insultada e oferece as flores como resposta.
(Rabindranath Tagore)

flor_106A felicidade é uma flor que não se deve colher.
(André Maurois)
 
flor_107A arte é uma flor nascida no caminho da nossa vida, e que se desenvolve para suavizá-la.
(Arthur Schopenhauer)

Fotos: Luciana

Dedicado a todos os professores, em especial ao Prof. Nelson e Profª Sônia Regly, escolhidos “Professores Destaque Dihitt 2009
Esta homenagem vai também para duas amadas professoras: Iara e Rita de Cássia.


Vídeo com locução do próprio autor. Fonte: Paulasevi

PROFESSORES APAIXONADOS
Gabriel Perissé

Professores e professoras apaixonadas acordam cedo e dormem tarde, movidos pela idéia fixa de que podem mover o mundo.

Apaixonados, esquecem a hora do almoço e do jantar: estão preocupados com as múltiplas fomes que, de múltiplas formas, debilitam as inteligências.

As professoras apaixonadas descobriram que há homens no magistério igualmente apaixonados pela arte de ensinar, que é a arte de dar contexto a todos os textos.

Não há pretextos que justifiquem, para os professores apaixonados, um grau a menos de paixão, e não vai nisso nem um pouco de romantismo barato. Apaixonar-se sai caro!

Os professores apaixonados, com ou sem carro, buzinam o silêncio comodista, dão carona para os alunos que moram mais longe do conhecimento, saem cantando o pneu da alegria.

Se estão apaixonados, e estão, fazem da sala de aula um espaço de cânticos, de ênfases, de sínteses que demonstram, pela via do contraste, o absurdo que é viver sem paixão, ensinar sem paixão.

Dá pena, dá compaixão ver o professor desapaixonado, sonhando acordado com a aposentadoria, contando nos dedos os dias que faltam para as suas férias, catando no calendário os próximos feriados.

Os professores apaixonados muito bem sabem das dificuldades, do desrespeito, das injustiças, até mesmo dos horrores que há na profissão. Mas o professor apaixonado não deixa de professar, e seu protesto é continuar amando apaixonadamente.

Continuar amando é não perder a fé, palavra pequena que não se dilui no café ralo, não foge pelo ralo, não se apaga como um traço de giz no quadro. Ter fé impede que o medo esmague o amor, que as alienações antigas e novas substituam a lúcida esperança.

Dar aula não é contar piada, mas quem dá aula sem humor não está com nada, ensinar é uma forma de oração. Não essa oração chacoalhar de palavras sem sentido, com voz melosa ou ríspida. Mera oração subordinada, e mais nada.

Os professores apaixonados querem tudo. Querem multiplicar o tempo, somar esforços, dividir os problemas para solucioná-los. Querem analisar a química da realidade. Querem traçar o mapa de inusitados tesouros.

Os olhos dos professores apaixonados brilham quando, no meio de uma explicação, percebem o sorriso do aluno que entendeu algo que ele mesmo, professor, não esperava explicar.

A paixão é inexplicável, bem sei. Mas é também indisfarçável.

Gabriel Perissé é doutor em Filosofia da Educação pela USP e autor do livro O professor do futuro (Thex Editora).

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