sexta-feira, 29 de agosto de 2008

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                                          imagem da internet

Algumas palavras se perdem
Quando o sonho invade
O território do factível.
Carrego no bolso
Vocábulos esféricos
De superfície instável
E essência vária.
O asfalto me observa
Com a mesma pretensão
Com a qual as crianças
Dão formas
às nuvens.
Ruas me atravessam
E desconhecem as asas
De minha alma:
O óbvio me perdeu
Pela ausência de sombras e pegadas.
Teu sorriso, entre nuvens,
Rege meu itinerário:
Traço que risco
De olhos cerrados e coração desnudo.
Talvez a realidade exija resgate
Pela peça essencial de sua engrenagem,
Mas não te preocupes,
Pois as palavras nascidas da alma
Escorrem das mãos da realidade
E não sabem descansar sob
Olhos desacreditados.
Por isso viajo sem pegadas,
Apenas nuvens, estrelas, teu sorriso
E a possibilidade do improvável
Suspenso pelas intangíveis
Cordas da liberdade.
O amanhã?
Que venha o amanhã
Com seu arsenal de cores e sabores.
Para ele criarei novas palavras
E tecerei novos sonhos.

[Anderson Christofoletti]

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