terça-feira, 26 de agosto de 2008

Sinto a chama de teu corpo
Ardendo em cada instante
De memória que me aflora,
Em cada momento que furtei
Do passado
E que trago em meu presente.

A tua gota de desejo
Inundou meu universo,
Carregando consigo
Toda a tua leitura:
Espinho, pétala,
Chama e candura.

Entrega.
Uma só volúpia.
Um só corpo.
Viagem imprevista
Pela parte que nos completa.
Teu íntimo:
Segredo que me invade
E explode feito necessidade
Louca de mais e mais você.

Em minha boca
O néctar das horas
incandescentes;
O bálsamo de tua essência
ardente.
O tempo
Que não se consumiu
Eternizou-se em minhas veias
E pulsa, agora, em minhas mãos.
Espraiando-se no papel
Em páginas de confissão,
Por linhas humanas
Que me entrega o coração.

Florescência do querer tácito,
Do desejo velado pela sombra
inconsciente
E varado pela inefável fusão de
dois corpos.

A razão violada pela magia do desatino.
A depuração que nos torna amor
E nos furta as rédeas do destino.

[Versos a uma rosa vermelha - ©Anderson Christofoletti]

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