sexta-feira, 27 de março de 2009

gilkamachado

Corajosa, livre para falar de intimidades. O poeta Drummond diz que “nela os sentidos operavam em sincronia”. Gilka Machado fazia poesia desde menina. Nascida no Rio em 1893, casou-se e enviuvou cedo. Estreou nas letras ganhando concurso de jornal. A crítica veio ácida: “poemas laborados por uma matrona imoral”. Mulher alguma havia ousado tanto. Nenhuma havia dito que gostava de estar “toda nua, completamente exposta à volúpia do vento”. Assustando e escandalizando, publicou onze livros. Títulos como Mulher Nua (1922) e  Meu Glorioso Pecado (1928) causaram mal-estar. A audácia comprometeu a carreira literária. Gilka morreu em 17 de dezembro de 1980. Drummond comentou: “As mulheres que gozam hoje de plena liberdade literária para cantar as expansões do instinto e as propriedades eróticas do corpo deviam ser gratas a essa antecessora.”


Fonte: almanaquebrasil.com.br

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