segunda-feira, 8 de junho de 2009
Os_amantes_pablo_picasso  
                              Pablo Picasso

VOZ ATIVA
Miguel Torga

Canta, poeta, canta!
Violenta o silêncio conformado.
Cega com outra luz a luz do dia.
Desassossega o mundo sossegado.
Ensina a cada alma a sua rebeldia.

3 comentários:

mirna cavalcanti de albuquerque pinto da cunha disse...

O “cantar” de Miguel Torga, é o cantar mesmo das almas desassossegadas, presas, tolhidas,mas que ainda sonham em encontrar as forças todas necessárias dentro de si para , enfim libertarem-se dos grilhões aos quais sentem-se presas. A liberdade da alma por ele cantada não é utópica, mas sonho de mesma liberdade que poderá transformar-se em palpitante realidade.Cantemos todos e unamos nossas almas para que possamos construir um mundoo melhor !

Assim,inspirada em Torga, escrevi:

MEUS CANTARES


Canta, poeta, canta!
Canta e encanta
as etéreas almas santas
- dimensões desconhecidas
de outras vidas...

Canta, poeta, canta,
- canta os coloridos vitrais medievais
- caleidoscópio de sonhos
- projeções tácteis como sinos a dobrar em melancólicos "Nunca mais"...

Canta, poeta, canta!
Glorifica a alegria da vida,
canta a chegada da morte,
- que tua voz cante alto e forte
os ocorreres humanos
de toda a sorte...

Canta, poeta, canta!
Canta o canto maldito
- as palavras sofridas
- as lágrimas vertidas
- a complexidade do Ser...

Canta, poeta, canta!
Canta a tristeza triste
- dos sonhos não vividos,
- dos amores que morreram
sem sequer terem nascido...

Canta, poeta, canta!
Ultrapasse tua voz
as inexistentes fronteiras
- humanos e tíbios limites
erguidos pelas almas pequenas.

Canta, poeta, canta!
Faze teu canto ser levado pelo vento,
tua voz, em sentimento, ecoará
em suaves tons de elegia - compassada sincronia
com o ritmo dos astros todos no firmamento.

Canta, poeta, canta!
Dedilha as cordas da lira com destreza, maestria,
ao cantar à porfia a vida, dia a dia.
Poeta! Teu cantar é magia, é mesmo sinfonia
que da alma, a tristeza retira.

Canta teu Canto de Liberdade!
Canta, poeta,
inspirada por fraterna solidariedade,
luta sempre contra a falsidade:
Canta a harmonia do Ser com a Eternidade

Canta, poeta, canta!
Canta sempre mais alto
a infinita e incansável esperança!

Sejam teus versos lançados, quais flechas
pelo arco das palavras ao máximo retesado
e atinjam certeiros, a ferir de morte a dor e o mal.
Fulmina, Poeta, a iniqüidade da Terra,
põe final à agonia!

Poética e Cotidiana disse...

Belíssimo, mirna!
Inspiradas palavras sobre o "cantar" de Miguel Torga.

Os teus cantares me encantou.
Peço permissão para fazer um post no blog, se puder me enviar o nome com o qual você assina as suas obras e - se tiver - endereço do seu site ou blog.
Obgda pela visita e pelo registro dela aqui no coment.

Beijo carinhoso.

cecilio sessin disse...

Muitíssimo obrigado pela beleza compartilhada!

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